Caso ufológico de Duas Pontes

em 03/04/2014


Caso Duas Pontes, ou Rivalino Mafra, é um dos mais intrigantes da casuística ufológica brasileira. Ocorrido em 19 e 20 de agosto de 1962, em Duas Pontes, uma vila nos arredores da cidade mineira de Diamantina, constitui-se ainda hoje em um mistério. Tem como protagonista Rivalino Mafra e Raimundo Mafra, pai e filho, que moravam na zona rural de Diamantina. Rivalino desapareceu misteriosamente deixando desamparados seus filhos. Raimundo, o mais velho e que teria testemunhado o desaparecimento, descreve um estranho fenômeno provocado por dois pequenos objetos voadores. Pouco tempo depois, restos mortais de uma pessoa, que são rapidamente atribuídos à Rivalino Mafra, são encontrados nas proximidades do local do desaparecimento, aumentando ainda mais o mistério em relação ao caso.

Entendendo melhor o caso

Em agosto de 1969, o relato de um menino pobre, analfabeto e tímido provocou celeuma na cidade de Diamantina, repercutindo em todo o estado de Minas Gerais e além de seus limites.

Raimundo Aleluia Mafra, de 12 anos, órfão de mãe, auxiliava seu pai Rivalino Mafra da Silva nas suas atividades de caçada e garimpagem, responsabilizando-se também pela assistência a dois de seus quatro irmãos menores.

Situada em Duas Pontes a residência da família Mafra era um casebre completamente isolado. Por dezenas de vezes o menino repetiu seu relato ao tenente Wilson Lisboa, delegado de polícia do município, ao juiz de direito, aos médicos, sacerdotes, jornalistas e a um sem número de pessoas que, apesar de refugarem a versão de Raimundo, ficaram impressionados com sua coerência e tranquila convicção.

Raimundo alegava que seu pai Rivalino tinha desaparecido ante seus olhos, cercado por um redemoinho de poeira amarela levantada por dois pequenos objetos, postados à porta do casebre. E chorava mansamente, convencido de que seu pai jamais voltaria.

Logo após o desaparecimento de seu pai, Raimundo procurou vestígios do mesmo na vizinhança e foi chamar o Sr. João Madalena de Miranda, funcionário de uma fábrica distante. Chegando este amigo ao local do acontecido, uma clareira de terra batida, notou que ele parecia ter sido cuidadosamente varrido, numa área cujo o raio media 5 metros.

As buscas, já sob a direção da polícia de Diamantina, começaram no mesmo dia e continuaram por muito tempo. Cães amestrados da polícia militar foram usados na busca, mas não encontraram rastros do garimpeiro. Os vôos de aves de rapina eram acompanhados atentamente como possível indício para localização do corpo de Rivalino.

O cônego José Ávila Garcia, vigário de Diamantina, apesar de não acreditar na versão do menino, revelou que na semana antecedente ao desaparecimento de Rivalino um funcionário do departamento dos correios e telégrafos, Sr. Antonio Rocha, avistou duas bolas de fogo voando em círculos, a grande velocidade e baixa altitude, exatamente sobre Duas Pontes, onde residia o garimpeiro. O Sr. Antonio Rocha confirmou, ao repórter do diário de minas, esta comunicação.

Após exame clínico efetuado em Raimundo, o médico João Antunes de Oliveira revelou nada ter descoberto de anormal, além do estado de desnutrição. O menino pareceu-lhe em boas condições mentais.

Por iniciativa do juizado de menores, Raimundo foi conduzido a Belo Horizonte, pelo comissário Antônio da Cruz. Na capital ele repetiu a estória com os mesmo detalhes, inclusive para o CICOANI (Centro de Investigação Civil dos Objetos Aéreos Não Identificados). Antes de interná-lo no João Pinheiro, instituto para proteção e instrução de menores desvalidos, o juizado providenciou exame psiquiátrico e testes psicológicos, cujos resultados em nada contribuíram para solucionar a questão.

Depoimento do menor Raimundo Aleluia Mafra ao CICOANI em 30/08/1962

Diz Raimundo que, cerca das 20 horas de 19 de agosto deste ano, encontrava-se com seu pai Rivalino Mafra da Silva num cômodo de sua residência, onde dormiam dois de seus quatro irmãos menores. Ele e o pai achavam-se agachados em torno de um pequeno fogo que fizeram no chão de terra batida do quarto, próximos a uma porta que liga o mesmo à cozinha. Em certo momento seu pai chamou-se a atenção para uma sombra escura e indefinível, que deslizava silenciosamente pela cozinha, na direção de um outro cômodo. Essa silhueta foi descrita como tendo quatro pernas; mas delas o menino nada pôde precisar, afirmando apenas que tinha alguma semelhança com homem a engatinhar.


À guisa de cabeça o menino descreveu na sombra um topete, querendo dizer alguma saliência, que teria se virado na direção do quarto, ao passar pela porta, dando a Raimundo e seu pai a impressão de terem sido observados.

Em seguida o Sr. Rivalino levantou-se, indo até a porta por onde a sombra se mostrara, ou um pouco além, nada conseguindo divisar. O menino admite que o medo poderia ter impedido ao seu pai uma revista do resto do casebre escuro, mas garante que as trancas internas das duas únicas portas – uma da cozinha, outra da sala, estavam fechadas.

Voltando para o quarto, o Sr. Rivalino viu-se na impossibilidade de dormir, assim como a seu filho. Em certa altura ouviram ambos vozes humanas, “grossas e enroladas”, citando o nome do Sr. Rivalino e dizendo que tão logo iam matá-lo tão logo saísse de casa. Ouviram também um ruído semelhante ao de um despertador, proveniente de fora da casa. O garimpeiro e seu filho atravessaram a noite sem dormir.

Às 6 horas da manhã do dia seguinte, 20 de agosto, segunda-feira, Raimundo preparou-se para sair da casa e buscar a montaria de seu pai, no terreiro anexo. Ao abrir a porta da cozinha, que dava para o terreiro, deparou com dois pequenos e estranhos objetos pousados no solo, a poucos metros da porta de distância. Diferindo na cor, eram idênticos quanto à forma e tamanho. Ambos tinham forma ovalada e mediam entre 40 e 50 centímetros no diâmetro maior. A existência de um pequeno apêndice numa das extremidades de cada objeto, conjugada à forma dos mesmos, fez lembrar a Raimundo as figuras de tatus. Estes apêndices, do tamanho de um dedo, tinham forma tubular, segundo a descrição do menino. E, tal qual “rabicho”, projetavam-se das partes traseiras dos objetos, as quais estavam um pouco suspensas do solo. No momento em que Raimundo as percebeu, esses apêndices apontavam para a porta, ou seja, para a sua pessoa. Em seguida, quando o Sr. Rivalino chegou à porta, atendendo ao chamado de seu filho, os tubos apontavam para a direção oposta, indicando que os objetos teriam virado. Um dos objetos era inteiramente negro, fosco. O outro era rajado de branco e preto, com listas iguais em largura e traçadas transversalmente ao diâmetro maior do objeto. Esta descrição foi feita pacientemente, com o auxílio de um retrato falado.

O Sr. Rivalino, logo ao perceber os dois objetos, colocados lado a lado, um metro do outro, admirou-se soltando a frase: “que será isto?”. Recomendou ao filho que não saísse pela porta e, tendo ainda na mão a faquinha e o fumo com que preparava seu cigarro de palha, o Sr. Rivalino aproximou-se lentamente dos objetos, afirmando seu filho que ele não parecia demonstrar medo. À aproximação de Rivalino, os dois objetos se uniram lateralmente, com um som surdo e começaram a girar em conjunto, velozmente e levantando logo um redemoinho de poeira amarela, a qual envolveu Raimundo, sem atingir seu filho. Este declarou que, além do surdo ruído durante o choque dos objetos, o único ruído que ouviu foi o zumbido do vento que levantava a espiral de poeira, tendo esta impedido que Raimundo enxergasse tanto os objetos, quanto seu pai, que não reapareceu quando cessou o redemoinho.

Comentários do CICOANI

Após meses de investigação infrutífera, surgiu a notícia de que o esqueleto de Rivalino fora encontrado. O jornal “A Estrela Polar” (Diamantina, 10/03/1963) afirma que, “no dia 3º de carnaval (1963), cinco caçadores encontraram, bem perto do casebre de Rivalino, em lugar de difícil acesso, a sua ossada. Caiu por terra o conto da carochinha. Falta agora esclarecer o resto” – diz o jornal.

Em verdade, diríamos nós, que o “resto” que falta a esclarecer é praticamente tudo. Se não vejamos:

As explicações convencionais se reduziram a duas: o Rivalino teria fugido ou teria sido vítima de sequestro e/ou assassinato.

Primeiro caso, a estória apresentada pelo filho seria um álibi inspirado pelo próprio Rivalino, para cobrir a sua fuga. Segundo: seria um álibi engendrado pelos criminosos. Nos dois casos, portanto, haveria participação do filho, para cobertura de um episódio que, estranhamente, contrariava o interesse a segurança do mesmo. Ele demonstrou gostar do pai e acabou ficando sozinho com dois irmãos menores.

De qualquer forma, estranha-se que sua notória timidez e inexperiência não o levassem a vacilar em qualquer ponto dos repetidos depoimentos que teve que prestar à polícia, juízes, sacerdotes, médicos, jornalistas e finalmente ufologistas do CICOANI e da SBEDV (Dr. Walter Buller). Mais estranho ainda é que, para encobrir um crime se apresentasse um álibi de tal forma sofisticado e discrepante do contexto sócio cultural, a ponto de chamar a atenção não só da polícia de Diamantina, como do estado inteiro. O efeito da estória seria, então, o oposto de um álibi.

Se a estória do menino é inteiramente fruto de delírio e alucinação, como explicar que o exame psiquiátrico não tenha revelado os sintomas correspondentes? Como explicar que o menino tenha projetado no ambiente conteúdos intra-psíquicos de implicações tecnológicas tão avançadas e relativas à um tipo de fenômeno do qual jamais ouvira falar?

Na literatura específica dos discos voadores há referências a diminutos objetos telecomandos semelhantes ao descrito pelo menino. Pela raridade de suas fontes tais referências mantiveram-se praticamente restritas aos especialistas, sendo, obviamente, inacessíveis a crianças analfabetas do meio rural.

Outro ponto a explicar é a presença de objetos aéreos não identificados nas proximidades do casebre de Rivalino, uma semana antes do seu desaparecimento, assim como a extraordinária “varredura” do terreiro onde ele ocorreu.

Quanto ao esqueleto encontrado (se encontrado), que tipo de exame possibilitou relacioná-lo à Rivalino. Se a ossada foi descoberta perto de sua moradia seis meses depois, como se explica que seu cadáver não fosse encontrado, após dias de buscas minuciosas, enquanto era devorado por urubus e outros animais necrófagos? O cadáver não seria consumido por animais se estivesse enterrado mas, então o prazo de seis meses seria insuficiente para que se resgatasse apenas o esqueleto limpo. Caso este seja realmente de Rivalino, resta a hipótese de que sua carne tenha sido consumida de forma total e quase instantânea por meios não convencionais.

Parece, portanto, que do caso “Duas Pontes” tudo resta a explicar.

10/09/1968 - Hulvio Brant Aleixo

Investigação sendo realizada no local
Fontes: Fenomenum e Cub

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5 comentários:

  1. Podem haver outras hipóteses que não foram cogitadas como por exemplo um pequeno meteorito, que inclusive é muito comum queda de meteoritos em areas rurais, ou também algum tipo de explosão provocada por motivo desconhecido. A imprensa brasileira sempre foi dada ao sensacionalismo, preferindo exibir fábulas para vender jornais ao invés de investigar em busca de conclusões concretas !

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    1. A teoria do meteorito é interessante...mas se o Rivalino tivesse sido atingido por um meteorito...o que aconteceu com o corpo dele? Desintegrou?

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    2. Como disse, é apenas uma hipótese, que descartada... parte-se em busca de outra resposta. Como mostrei no meu primeiro comentário, existe também uma possibilidade de explosão de origem desconhecida, e por esta linha de raciocínio podemos chegar a uma resposta concreta. Sabe-se que em certas regiões principalmente rurais, desérticas com grande concentração de calor, é comum ocorrer explosões por acúmulo de gás metano no solo, e geralmente essas explosões são muito destrutivas, o que deixa evidencía que Rivalino e seu filho foram vítimas de um fenômeno natural, deixando a possibilidade de um evento extra-terrestre inviável !

      PS. : É muito legal que o dono do site, interaja e troque idéias com seus leitores... parabéns ao Noite Sinistra !

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    3. Gases decorrentes da decomposição de matéria orgânica no subsolo podem ser altamente inflamáveis...Esse fenômeno é muitas vezes usado como explicação para luzes estranhas vistas a distância, principalmente a noite...logo a ciência usa muito esse argumento em casos que o povo julga sobrenaturais...

      Nesse caso esses gazes podem explicar muito bem as estranhas luzes...

      Aqui no Noite Sinistra, eu sempre tento dialogar, principalmente em comentários estruturados e educados...um grande problema na internet é que muitas vezes as pessoas não concordam plenamente em um assunto e saem se agredindo...o que eu acho bobagem...afinal não concordar com alguém não quer dizer que precisamos agir feito ogros...Se eu e vc não concordamos em algo, isso não significa que tenhamos que ser inimigos certo?

      Debates sempre são válidos...eles nos ajudam a lapidar melhor nossas ideias...

      Abraços...

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  2. Senhores, acompanho assuntos sobre ufologia a vários anos e acredito que apesar de inúmeros relatos falsos e contraditórios o assunto sempre necessitará de atenção. Existem reportagens e fatos que nos deixam insatisfeitos quanto ao seu conteúdo apresentado. Sabemos que o conteúdo da matéria tem muito mais, porem só nos é apresentado uma amostra de todo material. Exemplo do caso no norte do pais " operação prato". Como um exercito vai para um lugar afastado mesmo sendo na década de 70 e não apresenta fotos e videos? ficamos somente com a credibilidade de desenhos feitos a mão, comentários e entrevistas. Casos com este tipo de detalhamento apresentado tem em todo lugar e esperamos que com as tecnologias mais avançadas que temos disponíveis mesmo de forma amadora, possamos receber reportagens mais estruturadas e completas. Neste caso específico, o decorrer do assunto não leva a lugar algum. podem ser suposições e se for verdade, será mais um caso que por falta de investimentos e tecnologia ficará no esquecimento para a população. diferente dos que presenciaram e viveram o acontecido. Quanto a milha opnião sobre os OVNS, acredito que estamos iniciando uma fase de interação e maior conhecimento com novas formas de seres. E que está nesta fase porque eles querem assim, por que se depender ainda de nós humanos, esta interação vai muito alem do que eles desejam. Em resumo, precisamos melhorar nossas reportagens sobre o assunto em questão, caso isto não seja possível, não publiquem. Este tipo de matéria sem o devido aprofundamento coloca em dúvida toda a estrutura e história já conhecida sobre os ovns. Acredito que (conforme vejo as inúmeras reportagens sobre o assunto) daqui uns 50 anos teremos evidencias concretas de que não estamos sozinhos no universo. Esta evolução dever ser gradativa para impactar o minimo em toda sociedade e cultura instalada na terra. Avise aos seus... preparem-se!,

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