O dilema das redes - Documentário da Netflix

em 26/10/2020


Em “O dilema das redes” o documentarista Jeff Orlowski conversa com inúmeros executivos, engenheiros e CEOs do Vale do Silício que foram chave na criação do Facebook, Twitter, Instagram e outras das redes sociais mais usadas pelo mundo.

Eles falam sobre como as tecnologias que ajudaram a criar se transformaram na “economia da atenção”, causando desde problemas mentais em jovens até a desestabilização nações inteiras. Muitos deles temem que guerra civil seja causada por estas gigantescas inteligências artificiais.

Se você quer controlar a população de um país nunca houve uma ferramenta tão eficaz quanto o Facebook.” - Roger McNamee, um dos primeiros investidores do Facebook

O vício que as mídias sociais causam não é acidental, elas são intencionalmente programadas e melhoram a cada dia. O intuito é você ficar o maior tempo possível neles aumentando o crescimento da rede e o faturamento. São máquinas de previsão que funcionam como caça níqueis que oferecem exatamente o que você quer ver levando a uma liberação de dopamina que o mantém voltando no app.

“Se você não está pagando, você é o produto”

Rolagem infinita, notificações push, recomendações personalizadas faz que você fique constantemente conectado. O objetivo não é apenas vender, mas modificar o seu comportamento gradual e lentamente ao transformá-lo no produto: uma vítima de propaganda seja comercial ou ideológica.

Os entrevistados são os próprios doutores Frankenstein que temem o poder de suas criaturas não apenas na saúde dos usuários, mas também nas bases da democracia mundial.

Nunca antes na história 50 designers tomaram decisões que teriam um impacto em dois bilhões de pessoas”, afirmou Tristan Harris, um ex-especialista em ética de design do Google.

Anna Lembke, especialista em vício da Universidade de Stanford (EUA), explica como os gigantes da tecnologia manipulam nossas necessidades ancestrais em buscar relações com os demais humanos.

Roger McNamee, um dos primeiros investidores do Facebook, afirma enfaticamente que Rússia não hackeou o Facebook para influenciar as eleições de 2016 dos EUA; simplesmente fez uso do sistema.

O documentário conclui com algumas soluções para o problema: regulamentar estas que são as empresas mais ricas da história da humanidade.

Durante os créditos o consenso da maioria dos entrevistados é evidente sobre como reduzir o uso dos celulares: desativar todas as notificações.

“O dilema das redes” é eficaz em esclarecer a real ameaça que estas empresas representam para a civilização humana mas, curiosamente, será uma das recomendações dos mesmos algoritmos que critica.


Fonte: Hypescience

  Quando amanhecer, você já será um de nós...

6 comentários:

  1. Este documentário é uma faca de dois gumes. De um lado está a descarada manipulação da população pelas redes sociais, e do outro a ideia de que uma regulamentação destas empresas seria a solução. Essa regulamentação seria censura! Seria tirar o direito da livre expressão. Seria impor o que um pequeno grupo quer que o mundo pense. Resumindo, de um jeito ou de outro, estamos ferrados!

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    1. Regulamentar não dará certo, afinal essas empresas da Big Tech tem influência dentro dos governos, no fim estamos ferrados mesmo

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    2. Não concordo com censuras, a menos que o conteúdo postado possua teor discriminatório e ofensivo.

      Por mais manipulador que sejam os algoritmos das redes sociais, e por mais que estejamos presos cada vez mais a essas ferramentas, considero as redes sociais uma coisa ainda aceitável, pois elas tem me mostrado a verdadeira face de pessoas que eu achava que conhecia... e o resultado destas observações as vezes é assustador.

      Devemos também olhar o outro lado...quando uma grande rede de entretenimento, como a Netflix, veicula um documentário contando a "história obscura" de algo, o que será que eles estariam ganhando com isso? Lembrem-se, as redes sociais são serviços de entretenimento também, logo essa pode ser uma guerrinha por público.

      Não me admira se em breve o Facebook não lance um serviço de streaming tipo a Netflix, pois eles já estão brigando por streaming de jogos com a Twitch.

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    3. Realmente, tem razão. De qualquer modo eu não uso Facebook nem Instagram, até tenho conta lá mas não acesso. Eu uso apenas como Market place quando tenho algo pra vender, no mais é uma coisa totalmente inútil.

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  2. Eu gostei do documentario. Se Internet acaba-se hoje, sentiria falta da "facilidade" de assistir filmes... O resto podia explodi que nem ligaria muito...hehehehehehehehe

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