A múmia de papel machê que fez museu americano de bobo

em 07/05/2019


Um órgão público dos Estados Unidos exibiu em seu museu por mais de 40 anos uma múmia egípcia acreditando ser autêntica, mas, na verdade, a “relíquia” não passava de um boneco criado com papel machê e ossos de animais em uma armação de madeira.

Quando falamos em arqueologia, sempre devemos ter em mente que algumas descobertas espantosas podem ser na verdade falsificações. Esse é um problema sempre cogitado quando falamos de achados misteriosos que são foco de teorias da conspiração. Abaixo falaremos de um caso que aconteceu nos EUA, onde uma múmia falsa enganou um batalhão de gente por mais de 40 anos.

A história tragicômica aconteceu no Mississippi Department of Archives and History, órgão responsável por coletar e preservar arquivos históricos, bem como administrar museus e registros do governo do estado. No comecinho da década de 1920, o local foi agraciado com uma doação generosa de artefatos antigos (incluindo a múmia), e esses itens foram exibidos ao público até meados de 1967 sem que houvesse nenhum tipo de desconfiança quanto à sua procedência.

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Tudo muito bom, tudo muito bem, até que um estudante de Medicina pediu permissão para examinar de pertinho a tal múmia para um projeto da universidade. A descoberta revelou, enfim, a grande verdade: o órgão foi vítima de uma falsificação, e todo mundo acreditou estar de frente para uma múmia verdadeira por todo esse tempo.

Compreensível, mas vergonhoso

Em defesa do pessoal do Mississippi, artefatos arqueológicos vêm sendo forjados e repassados por aí como se fossem autênticos há muito tempo — e muitos são tão bem-feitos que nem mesmo os especialistas no assunto desconfiam da falsificação de imediato, sem uma análise aprofundada. Por outro lado, Gentry Yeatman era apenas um estudante universitário quando fez a descoberta, deixando os especialistas em maus lençóis.


De acordo com os relatos, os primeiros indícios de que a múmia (que era tão pequena a ponto de parecer se tratar de uma criança) merecia desconfiança foram os aparentes pedaços de jornal que estavam se desprendendo de suas costas. O estudante passou a múmia por um raio X para entender o que estava acontecendo por ali, e foi quando descobriu que o artigo histórico foi construído em uma estrutura de madeira, fixado com pregos e coberto por papel machê.

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Por dentro? Mais pregos, pedaços de jornal datados de 1898 (e alguns desses pedaços continham escritos em alemão!) e ossos de animais. Somente com esse estudo foi que todo mundo ficou sabendo da verdade: a nada autêntica múmia egípcia havia sido confeccionada provavelmente na Alemanha entre o final do século XIX e o início do século passado.

Dummy Mummy

Após a revelação, a múmia acabou sendo apelidada de “Dummy Mummy” (algo como “múmia-boneco”, mas outra interpretação em português para o nome também pode ser “múmia falsa”). No entanto, surpreendentemente, o objeto continua em exposição no museu por pelo menos um dia de outubro ao ano, quando o estado do Mississippi é palco de uma feira tradicionalíssima chamada “State Fair”.


O motivo? Puro e simples saudosismo! Mesmo sabendo da falsificação, os moradores desse estado do sudeste norte-americano continuaram se empolgando em ver a múmia de perto, já que ela foi motivo de orgulho para a região por tanto tempo — quando todos acreditavam que o artefato era realmente uma relíquia egípcia.

Fonte: Mega Curioso

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Um comentário:

  1. olha, quem fez tá de parabéns, ainda mais se tratando da época que foi feita em que não haviam muito recursos...parece uma múmia realmente.

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