James Jameson: o magnata que comprou uma garota para ver ela ser devorada por canibais

em 08/12/2020


Nos anos de 1880, James Jameson, herdeiro da vasta fortuna do Jameson Whisky, uma famosa marca de Whisky irlandês, comprou uma menina de 10 anos apenas para poder desenhá-la sendo comida por canibais.

James S. Jameson era o tataraneto de John Jameson, o fundador da famosa empresa Irish Whiskey, e como tal era o herdeiro da fortuna da família.

Como muitos herdeiros ricos da época, Jameson se considerava uma espécie de aventureiro e iria acompanhar as expedições de exploradores mais talentosos.

Em 1888, ele se juntou à Expedição de Socorro Emin Pasha, liderada pelo renomado explorador Henry Morton Stanley, pela África Central. A viagem visava ostensivamente levar suprimentos para Emin Pasha, líder de uma província otomana no Sudão que foi interrompida por uma revolta.


Na realidade, a expedição tinha um segundo propósito: anexar mais terras para a colônia do Estado Livre Belga no Congo.

Aqui no blog Noite Sinistra, já falamos do terrível tratamento dado aos congoleses durante o período em que os belgas governavam o país, especialmente durante o reinado de Leopoldo II. Esse episódio é conhecido como "O holocausto no congo" e estima-se que entre 8 e 10 milhões de congoleses foram mortos e muitos outros mutilados pelos belgas durante essa ocupação que visava a extração de látex (clique AQUI e leia mais sobre esse assunto).

Foi durante esta expedição que James Jameson cometeria o crime bárbaro mencionado no título desta matéria.

O sádico episódio com os canibais

Existem vários relatos sobre o incidente, desde o diário de Jameson, sua esposa e um tradutor tradutor sudanês chamado Assad Farran que participava da viagem. Em junho de 1888, Jameson estava no comando da coluna traseira da expedição em Ribakiba, um posto comercial nas profundezas do Congo, conhecido por sua população canibal.

Embora em alguns detalhes os relatos das 3 fontes citadas acima, é aceito que nesse período Jameson estava lidando diretamente com Tippu Tip, um comerciante de escravos e "resolvedor" de problemas do local.

De acordo com Assad Farran,  Jameson expressou interesse em ver o canibalismo em primeira mão.

Tippu Tip, um famoso comerciante de escravos que trabalhava na área

Farran contaria mais tarde a Stanley, líder da expedição, quando este voltou para verificar na última coluna, os eventos que aconteceram envolvendo Jameson. Mais tarde esses relatos foram publicados  pelo New York Times.

Ele disse que Tippu então conversou com os chefes da aldeia e apresentou uma escrava de 10 anos, pela qual Jameson pagou seis lenços.

De acordo com um tradutor, os chefes então disseram aos seus aldeões: “Este é um presente de um homem branco que deseja vê-la comida”.

“A menina foi amarrada a uma árvore”, disse Farran, “enquanto os nativos afiavam as facas. Um deles então a esfaqueou duas vezes na barriga. "

No próprio diário de James Jameson, ele escreveu: “Três homens então correram e começaram a cortar o corpo da menina; finalmente sua cabeça foi cortada e nenhuma partícula permaneceu, cada homem levando seu pedaço rio abaixo para lavá-lo."

Tanto Farran como Jameson, em seus relatos, concordam que a garota nunca gritou durante toda a provação.
Representação do crime

“O mais extraordinário foi que a garota nunca emitiu um som, nem lutou, até cair”, escreveu Jameson.

“Jameson, nesse ínterim, fez esboços das cenas horríveis”, contou Farrad em seu depoimento posterior. “Jameson depois foi para sua tenda, onde terminou seus esboços em aquarela.”

Em seu próprio diário, Jameson menciona os desenhos, escrevendo: “Quando fui para casa, tentei fazer alguns pequenos esboços da cena enquanto ainda estava fresco na minha memória”.

Em seu diário e no relato posterior de sua esposa sobre o incidente, os dois tentam interpretar como se Jameson concordasse com o processo porque acreditava que era uma piada e não conseguia imaginar que os aldeões iriam realmente matar e comer uma criança.

Henry Morton Stanley (centro; sentado) com os oficiais da Coluna Avançada da Expedição de Socorro Emin Pasha

No entanto, nem Jameson, nem sua esposa, explicam por que Jameson pagaria exatamente seis lenços, o que no local remoto em que se encontravam podia ser um valor considerável, por algo que ele não acreditava que aconteceria.

Também não explica por que ele tentou esboçar o acontecimento horrível após o assassinato.

Nunca foi acusado de nada

Embora existam registros do envolvimento do aventureiro com o crime, James Jameson nunca enfrentou a justiça. Ele morreu, vítima de uma febre, logo após as acusações de sua má conduta chegarem a Stanley em 1888.

A família de Jameson, com a ajuda do governo belga, conseguiu abafar muitas das atrocidades, esta missão se tornou a última de seu tipo.

As expedições civis não científicas à África foram suspensas depois dessa época, embora os militares e governamentais continuassem a "desbravar" o continente.



By: Elson Antonio Gomes
Fonte: Ati

Quando amanhecer, você já será um de nós...

6 comentários:

  1. E esse traste do Rei Leopoldo II tem até hoje uma estátua enorme lá na Bélgica e ainda é reverenciado como um dos grandes monarcas desse país...

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  2. É possível que muitos belgas digam que a Bélgica ajudou a desenvolver o Congo durante a colonização...

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  3. O que me consola depois de ler uma atrocidade desta, é que dá justiça de Deus ninguém escapa...

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  4. O que me admira é que ninguém parece condenar nem o mercador negro, que teve a ideia, nem os nativos negros que cometeram a atrocidade, apenas parecem condenar o "explorador branco". Levantam o caso como sendo uma "questão racial," porque assim fica bonito de ver... o ego humano...

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