Missionário americano é morto a flechadas após entrar na ilha Sentinela do Norte

em 23/11/2018


A ilha de Sentinela do Norte é bastante conhecida entre os amantes de terror, afinal de contas são muitos os blogs e canais do youtube do gênero, que em algum momento publicaram matérias sobre a tribo indígena que vive nesse local isolado (clique AQUI para conhecer mais sobre esse tema). A tribo em questão é altamente agressiva com visitantes, o que faz da famigerada ilha um local proibido a visitações.

Acontece que um missionário americano, determinado a espalhar a palavra de Deus aos indígenas, contrariou as normas de segurança e adentrou a ilha de Sentinela, e acabou morto. Agora um intenso debate está sendo travado a respeito dos culpados pelo acontecimento. Convido os amigos e amigas a entenderem essa história mais afundo na matéria a seguir.

Allen Chau, 27 anos, viajou ilegalmente para a Ilha Sentinela do Norte na semana passada, de acordo com reportagens confirmadas pelas autoridades. Entrar nesta ilha é ilegal, a fim de respeitar o modo de vida dos sentinelenses e protegê-los das doenças do mundo "civilizado". No entanto, o homem pagou alguns pescadores para transportá-lo para perto da ilha em 16 de novembro de 2018, de onde navegou para a ilha em seu própria bote.


Chau era declaradamente um missionário que queria fazer a perigosa jornada para pregar o cristianismo ao povo sentinela, apesar do alerta reiterado dos pescadores. Quando o homem se aproximou da praia recebeu uma chuva de flechas, mas obstinado continuou remando até que homens da tribo amarraram uma corda em seu pescoço e saíram arrastando seu corpo pela areia, diante da total descrença dos pescadores que viam tudo ao longe.

Os pescadores fugiram com medo, mas voltaram na manhã seguinte para ver se encontravam o corpo do homem na praia. Sete deles foram presos pela polícia indiana, pois as ilhas estão tecnicamente sob o território da união indiana das Ilhas Andamã e Nicobar.

"A polícia disse que Chau já tinha visitado a ilha Sentinela do Norte cerca de quatro ou cinco vezes com a ajuda de pescadores locais", contou o jornalista Subir Bhaumik, que cobre a região há anos, à BBC.

- "Esta tragédia nunca deveria ter acontecido", disse Stephen Corry, diretor da Survival International, em um comunicado. - "As autoridades indianas deveriam ter reforçado a proteção dos sentinelenses e de sua ilha para a segurança tanto da tribo quanto dos forasteiros."

Em vez disso, há alguns meses as autoridades indianas levantaram uma das restrições que protegiam a ilha de turistas estrangeiros, o que possivelmente pode ter sido mal interpretado e contribuído para esse evento.


Os sentinelenses são considerados alguns dos povos mais isolados da civilização moderna. Eles moram na Ilha Sentinela do Norte faz cerca de 55 mil anos. Acredita-se que a comunidade consista de menos de 300 pessoas que vivem em três pequenos grupos.

O povo sentinela já expressou o desejo de permanecer isolado em várias ocasiões, sempre demonstrando um ocasional confronto violento. Em 1967, as autoridades de Port Blairtentaram fazer contato, mas logo desistiram devido aos ataques. Em 1974 uma equipe de TV insistiu em filmá-los e o diretor acabou com uma flechada no braço. Já em 1990 outra equipe inteira de TV foi para o panelão dos sentinelenses. Alguns navios naufragados tiveram problemas também, mas foram resgatados a tempo.

O episódio mais recente ocorreu em 2006, quando dois pescadores desavisados aportaram na praia para catar caranguejos e foram catados flechados. Por esta razão, as autoridades indianas decidiram declarar a ilha reserva natural e proibiram terminantemente a passagem de qualquer um pelo local.

Tribos como os sentinelenses, apesar de seu modo primitivo, enfrentam catástrofes por sua própria conta e risco sem a ajuda de nenhuma força externa. Após o catastrófico terremoto seguido de tsunami de 2004, foram enviados helicópteros para verificar se alguma comunidade insular remota precisava de ajuda ou assistência. Ali descobriram que, quando os homens da tribo perceberam que o "mar tinha sumido" (as águas recuaram antes do tsunami), todos os membros foram para o ponto mais alto da ilha. Ninguém se feriu.

- "Espero que esta tragédia sirva como um lembrete para as autoridades indianas, a fim de evitar outro desastre e proteger adequadamente as terras tanto dos invasores sentinelas quanto das outras tribos de Andamã de invasores posteriores", concluiu Stephen Corry.

Família perdoa tribo

A família do rapaz afirmou que perdoa aqueles que o mataram. Em texto publicado no Instagram, eles disseram que John Chau "amava a Deus, a vida, ajudando os necessitados, e não tinha nada além de amor pelo povo da ilha de Sentinela".

O comunicado afirma ainda que ele foi para a ilha por "vontade própria".

"Também pedimos a libertação dos amigos que ele tinha nas Ilhas Andaman. Ele se aventurou por livre e espontânea vontade e seus contatos locais não precisam ser perseguidos por suas próprias ações", disse o comunicado.

Em 2006, dois pescadores indianos que pescavam ilegalmente na ilha Sentinela do Norte também foram mortos pela tribo.

Repercussão

É interessante ver a repercussão que o assunto tem gerado, apesar de ter causado uma vítima fatal, essa vítima invadiu o local sabendo das severas restrições, e parece que em momento algum a responsabilidade recais sob seus ombros. Comparo esse caso ao de um motorista que decide pegar o carro mesmo embriagado, ele assume o risco ao tomar tal atitude.

Será que o caso teria a mesma repercussão se a pessoa morta fosse de outra nacionalidade?

Fonte: Mdig

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