Um ex-executivo do Facebook alerta: Estamos sendo programados e nem nos damos conta disso

em 14/12/2017


Essa semana dediquei uma matéria aqui no blog Noite Sinistra falando de como as censuras impostas pelo blogger, empresa do grupo Google onde o blog está hospedado (clique AQUI para recordar), tem mudado a forma com que o blog Noite Sinistra trata os assuntos e postagens da página, isso, observando um plano maior onde vários blogs e até o YouTube está inserido, acaba meio que condicionando os blogueiros e Youtubers a trabalhar com assuntos mais banais provendo entretenimento sem profundidade e sem questionamentos.

A matéria abaixo foi retirada de um dos blogs mais bem sucedidos do Brasil, o Metamorfose Digital (Mdig), e fala de como o Facebook tem manipulado os milhões de membros da rede social. A matéria que os amigos e amigas podem conferir a seguir trás declarações de um ex funcionário, que foi vice-presidente do Facebook. Convido os amigos e amigas a conhecer um pouco mais sobre o assunto, e principalmente convido vocês a refletir a respeito das alegações mostradas abaixo.


Programação mental?

Cada vez aumenta mais o número de profissionais que trabalharam em algum momento no Facebook apenas para sair agora a criticar a popular rede social. Em agosto deste ano foi Sean Parker que questionava o que Facebook podia fazer na mente dos usuários mais jovens. Agora outro executivo usa palavras ainda mais duras. Chamath Palihapitiya, vice-presidente responsável pelo crescimento de usuários entre 2005 e 2011, assegurou durante uma recente conferência na escola de negócios Stanford Graduate School of Business, que o Facebook está danificando irreversivelmente o tecido da sociedade em que vivemos:

"Acho que criamos uma ferramenta que está destroçando o tecido que faz com que a sociedade funcione. As redes sociais criam uma rótula de validação pelo qual as pessoas recebem uma pequena recompensa quando alguém curte ou comenta uma publicação, ou uma foto. Estes ouroboros de recompensa estão destruindo a sociedade. Não há discrepância social, nem autêntica cooperação. Só desinformação e mentiras. E não se trata de um problema exclusivo dos Estados Unidos ou de notícias manipuladas pela Rússia. Isto é um problema global.

Não posso evitar me sentir terrivelmente culpado. Acho que todos os que trabalharamno projeto nos sentimos assim ainda que negássemos ou disséssemos que era por uma boa causa.

Isso nos levou à situação atual. Em minha opinião, [Facebook] está corroendo os próprios alicerces das relações interpessoais, e não há uma boa solução. Meu único conselho é que não usem essa ferramenta nunca. Eu não faço há anos."

Chamath contínua dizendo que as redes sociais em geral só servem para programar nosso cérebro e que seus filhos têm seu uso estritamente proibido. O antigo executivo reservou palavras ainda mais duras para o público de Stanford ao que falava.

"Vocês não se deram conta, mas estão sendo programados. Não foi algo intencional, mas agora devem decidir quanta independência intelectual estão dispostos a sacrificar. E não pensem: 'Oh isso não me vai acontecer comigo! Sou um gênio. Estou em Stanford. Provavelmente vocês sejam os mais propensos a cair na armadilha porque já se acostumaram a fazer cliques toda a vida'."

Logo depois que Chamath Palihapitiya dedicou todas estas lindezas à rede social, o ataque foi tão direto que o Facebook decidiu responder, ainda que talvez não com muita perspicácia. O Facebook respondeu basicamente que a companhia em que Chamath trabalhou era muito diferente ao Facebook de hoje, que cresceu, tomou juízo e que agora são responsáveis.

"Chamath não está no Facebook nos últimos seis anos. Na época em que trabalhou conosco estávamos centrados em construir novas experiências em meios sociais e em ampliar nossa base de usuários em todo o mundo. Facebook era uma companhia muito diferente nessa época. Amadurecemos e nos demos conta de que nossa responsabilidade também cresceu.

Estamos trabalhando duro para melhorar. Realizamos um monte de estudos e pesquisas com acadêmicos externos para entender os efeitos de nosso serviço no bem-estar, e usamos esse conhecimento para desenvolvimento do produto. Estamos investindo mais em pessoas, tecnologia e processos e, como já disse o próprio Mark Zuckerberg na última reunião de acionistas, estamos dispostos a reduzir nossa rentabilidade para nos assegurar de que os investimentos sejam corretos."

A última frase refere-se a declarações de Mark Zuckerberg em que assegurava que o Facebook anteporia o bem-estar dos usuários ao aumento de rendimentos. Seja como for, as declarações de Facebook quase parecem reconhecer que agora não programam cérebros e que não destroem o tecido social, mas antes sim. Também não negam de maneira direta em nenhum momento as acusações de Chamath, mas assim são as declarações quando saem do departamento de marketing.

O problema é que o FB vem fazendo de tudo para se tornar "A Internet", e não parte dela. Conjugado com os milhões de usuários que têm, este desejo vai aos poucos infelizmente se tornando realidade.

Durante anos e mais anos os gigantes da rede, da sua forma, conviveram pacífica e imparcialmente com os criadores de conteúdo e blogueiros. Mas o Facebook adotou outra postura, sobretudo agora que seu feed é parte importante na geração de tráfego web, os blogueiros são asfixiados pela rede social, que faz o que bem entende. Somos tratados como lixo se não podemos investir em propaganda. E se reclamarmos, somos penalizados sem nenhuma explicação.

A declaração acima é atribuída a equipe do Mdig, mas vem de encontro ao que pensamos aqui no blog Noite Sinistra. No inicio do plano de expansão do Facebook toda postagem que era feita na página do blog Noite Sinistra no Facebook, acabava sendo levada aos amigos e amigas que curtiam a página. Hoje em dia não é mais assim. Temos um valor pequeno de abrangência, e só conseguimos atingir mais seguidores se pagarmos divulgação. O Twitter, por exemplo, exibe na Timeline dos seguidores tudo aquilo que é postado, por enquanto, prática essa que vai mais de encontro a ideia de rede social, que é termos acesso a informações postadas pelas pessoas que decidimos seguir.

A questão toda é, por mais que escolhamos a quem seguir e o conteúdo que estamos interessados, os mecanismos das redes sociais conduzem para a gente apenas uma parcela de todo o conteúdo a que teríamos direito. Eles filtram o que podemos ou não ter acessos pode ser feito para nos proteger de alguns abusos, mas gera muitas discussões a respeito de alguns temas que acabam sendo ignorados e da importância desses temas a nível social.

Essa matéria não tem a intenção de tentar convencer ninguém a deixar de usar as redes sociais, mas serve de alerta para mantermos nosso senso crítico ativo e nos perguntar se aquilo que consumimos nas redes sociais não vem de encontro a politica da empresa ou aos interesses de um grupo maior.

Fonte: MDig

Quando amanhecer, você já será um de nós...


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3 comentários:

  1. Este é um dos motivos de eu não ter perfil em redes sociais. Outro é porque tenho depressão, síndrome do panico e estou falido, redes sociais para pessoas como eu são um veneno.

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    1. Pois é manolo...nos meus dias de ócio quanto mais tempo gasto nas redes sociais mais triste eu fico. Pra mim existe um limite...passado esse limite a coisa começa a me deixar para baixo.

      Na verdade isso meio que é minha opinião padrão sabe. Eu acredito que qualquer coisa, por melhor que possa parecer, quando consumida em excesso acaba fazendo mal para a gente. Mas enfim essa é uma opinião besta minha...

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  2. Esses dias uma menina de 11anos cometeu suicídio por não está satisfeita com o corpo,da onde essa garota tirou a idéia que (meninas bonitas não comem)sic. Me atrevo a ariscar redes sociais!

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