Moradores do leste da cidade síria de Aleppo estão pedindo permissão a religiosos para que pais possam matar as filhas, mulheres e irmãs antes que elas sejam capturadas, torturadas e estupradas pelas forças do regime de Bashar al-Assad, da milícia libanesa do Hezbollah ou do Irã, de acordo com relatos que circulam. As histórias ganharam força com a reprodução nas redes sociais da carta de uma enfermeira da área cercada da cidade explicando por que havia escolhido o suicídio diante da possibilidade de “cair nas mãos de animais do Exército sírio”. Outros postam mensagens desesperadas à medida que as tropas do governo se aproximam, trazendo para mais perto do mundo o drama vivido na área rebelde da cidade síria.
“Sou uma das mulheres em Aleppo que em breve serão violadas. Não há mais armas ou homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir, o chamado Exército do país. Eu não quero nada de você. Nem mesmo suas orações. Ainda sou capaz de falar e acho que a minhas orações são mais verdadeiras do que as suas. Tudo o que peço é que não assuma o lugar de Deus e me julgue quando eu me matar. Eu vou me matar e não me importo se você me condenar ao inferno! Estou cometendo suicídio porque não quero que meu corpo seja alguma fonte de prazer para aqueles que sequer ousavam mencionar o nome de Aleppo dias atrás. E quando você ler isso saiba que eu morri pura apesar de toda essa gente”, diz a carta. O nome não foi divulgado e a veracidade não pode ser comprovada.
A carta era endereçada a líderes religiosos e da oposição e, segundo o jornal britânico “Metro”, o post foi compartilhado pelo trabalhador humanitário Abdullateef Khaled. Ela reforça os rumores de mulheres cometendo o suicídio para evitar o estupro à medida que as forças sírias avançam e surgem denúncias de execuções.
Outros relatos que circulam nas redes sociais dizem que pais estão pedindo a permissão de autoridades religiosas para assassinar as próprias filhas antes que sejam capturadas. As forças sírias executaram mais de 80 pessoas em Aleppo na segunda-feira (12-12-16), incluindo mulheres e crianças ainda em suas casas.
Muhammad Al-Yaqoubi, um conhecido líder religioso que fugiu da Síria, tuitou na terça-feira que estava recebendo consultas de Aleppo, incluindo algumas inquietantes: “Pode um homem matar sua mulher ou irmã antes que ela seja estuprada pelas forças de Assad na frente dele?”
We are receiving from Aleppo questions like this one, can a man kill his wife or sister before she is raped by Assad Forces in front of him?
— Muhammad Al-Yaqoubi (@Shaykhabulhuda) 13 de dezembro de 2016
Desespero nas redes sociais
Uma trégua deveria ter permitido a saída de moradores da cidade. Mas com a retomada dos bombardeios nesta quarta-feira, a retirada foi suspensa. O desespero aumenta e, isolados por terra, moradores da área cercada enviam apelos pelas redes sociais.
Filmado pelo próprio celular, o professor de inglês Abdulkafi al-Hamdo aparece encolhido atrás de um muro. Afirmando que as forças de Assad estão chegando e que podem estar a 300 metros dali, ele resume a situação:
- Não há mais para onde ir. Este é o último lugar - diz no vídeo divulgado pelo Twitter. Espero que algo possa deter os massacres. Ninguém dormiu esta noite. Minha mulher, minha filha, todos os que conheço estão... - disse, até que o vídeo foi interrompido de repente.
Não se sabe a situação dentro de um dos últimos bolsões controlados pelos rebeldes na cidade. A última mensagem do jornalista americano Bilal Abdul Kareem na região veio na segunda-feira. Com o som de explosões ao fundo, ele disse poderia ser um de seus últimos vídeos.
- Talvez não possamos mais enviar mensagens à medida que o regime se aproxima cada vez mais.
Outros enviam mensagens de despedida, temendo a morte ou a captura. São agradecimentos a quem ajudou os sírios, pedidos para que habitantes de outros países protestem contra o que ocorre no país. Outras são reproduzidas por jornalistas que recebem mensagens de ativistas na cidade.
"Ativistas estão tuitando seus momentos finais. Eles quase certamente serão detidos/torturados/mortos após a captura. O aperto que se sente no estômago após ler as últimas mensagens de Aleppo. Que Deus nos perdoe por não ajudar essas pessoas", escreveu um jornalista no Twitter.
Depois de seis anos de guerra na Síria, a situação em Aleppo foi descrita como uma "fusão completa da humanidade". Milhares de sobreviventes estão presos na cidade devastada pela guerra, mas os milhares de pessoas que conseguem sobreviver em Aleppo, apesar das bombas, armas, pouco acesso a comida, água e remédios, estão sendo ignorados pelo mundo exterior Como atrocidades são continuamente realizadas contra eles.
Segundo informações do jornal britânico 'Metro', Abdullah Othman, chefe do Conselho Consultivo na Frente Levant - um dos maiores grupos rebeldes de Alepo - disse na última semana: "Esta manhã, 20 mulheres se suicidaram para não serem estupradas".
Fontes: O Globo e Folha de Vitória
Quando amanhecer, você já será um de nós...
Os terroristas fizeram o mesmo, será que esse pessoal também tava incomodado? Não digo que Assad é melhor ou pior do que esses 'rebeldes', só digo que a maioria deles é farinha do mesmo saco.
ResponderExcluirObrigado por postar . Sou uma nova leitora do blog e adorei! Espero que cresça cada vez mais.
ResponderExcluirSe for verdade, é uma coisa terrível. Rezo por eles. Devem estar passando por um momento aterrorizante. Digo se for verdade porque pode ser uma estratégia norte americana para ganhar a opinião pública. Cito como exemplo a desculpa que eles utilizaram para invadir o Iraque há poucos anos atrás, dizendo que saddam hussein estaria produzindo armas químicas, para ter o aval da ONU e de todo o mundo para invadir o citado país para matar o ditador. Os Americanos sempre querem interferia nos problemas dos outros países.
ResponderExcluirNa guerra é e sempre foi assim. Como vcs acham que nossos heróis da segunda guerra se aliviavam sexualmente? Logicamente que era por meio dos estupros cometidos contra, principalmente, as mulheres das classes mais baixas dos países que eles, heroicamente, invadiram, pilharam, massacraram... e depois voltaram pra casa, foram homenageados como heróis de guerra. E são imortalizados nas telas do cinema.
ResponderExcluirLembrando que Bashar al-Assad recebeu dinheiro do LULA, para promover esses estupros!!!!!!!!!!!!!!!
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