Maria, o espírito que vaga: Assombração do cemitério Paquetá

em 09/06/2015


O cemitério do Paquetá, em Santos, no litoral de São Paulo, é o mais antigo da cidade. No local estão enterradas personalidades como o ex-governador Mário Covas e o poeta Vicente de Carvalho, que dá nome a um distrito do município de Guarujá.

No início do século passado, um personagem curioso frequentou o cemitério e intrigou moradores: um fantasma de uma mulher. E apesar da descrença de alguns, muitos relatavam ter visto o ser de outro mundo caminhando pelo cemitério.

Naquela época, a iluminação pública era feita com lampiões. A distância entre eles era grande, as pessoas dormiam cedo e tudo isso ajudava nesse clima de mistério. A história que todos contam é a de que todas as noites o fantasma de uma mulher aparecia em frente ao cemitério e ficava acenando e chorando.

A história frequentou até páginas de vários jornais da época. Um exemplar de um jornal de 29 de julho de 1900 traz entrevistas com várias pessoas que dizem ter visto a alma penada. Um deles afirma que o fantasma passou por ele em um andar compassado, lento e deixou cair alguma coisa, desaparecendo logo depois. Outra afirmou que sentiu um tremor inexplicável pelo corpo.

A aparição foi se tornando frequente, e os moradores ficaram preocupados. A matéria do jornal conta também que a curiosidade levou muitas pessoas até os arredores do cemitério, ansiosos por ver o fantasma. Um grupo decidiu arrombar o portão e invadir o cemitério. A polícia precisou ser chamada para conter os ânimos da população que sonhava esclarecer a história que assustava muita gente.


As duas fotos acima foram enviadas pelo Fabiano DH, ao site Sobrenatual.org no ano de 2012. Segundo Fabiano, que é fotógrafo, ele registrou essa estranha "névoa" sobre um dos túmulos do cemitério Paquetá.
O assunto virou até tema de um documentário produzido em 2010. E apesar da crença popular, o pesquisador Francisco Carballa explica que o fantasma nada mais era do que uma mulher de luto. "Ela teve um envolvimento com um padre, engravidou e teve um filho desse padre. Essa criança morreu de tétano, uma doença muito comum na época. O primo mais rico dela enterrou o bebê na ala infantil do Cemitério Paquetá, e a mulher passou a ir todos os dias na porta do cemitério para chorar pelo filho", afirma Carballa.

O pesquisador explica ainda que ela tinha sido expulsa de casa. "O envolvimento dela era ilícito para a sociedade daquela época e isso não era perdoado. As pessoas viriam a maltratá-la por causa da condição de mãe solteira. Só restava a possibilidade de vir até o cemitério nas altas horas da noite sem ser incomodada", diz.

Os pesquisadores afirmam que o nome dela era Maria e, apesar dos poucos registros, eles acreditam que ela tenha morrido em agosto de 1900. "Ela foi enterrada como indigente no cemitério do Saboó quando morreu. O primo dela deu um jeito de transladar os restos mortais pois ele queria que ela ficasse junto da família. Ele quis casar com Maria, mas ela se recusou por não querer mais ninguém", conta Carballa.

Os restos mortais de Maria estão hoje no Cemitério do Paquetá e é difícil afirmar se o fantasma era mesmo a tal mulher de luto. Entretanto, depois da morte dela, muitas pessoas continuaram afirmando ter visto uma mulher andando pelo cemitério.

A lenda sobre Maria, o espírito que vaga

Reza a lenda que a moça que supostamente assombra o cemitério se chamava Maria Cerejeira. Maria era uma jovem bonita ia todos os dias a Igreja como era costume de sua família muito religiosa. Fazia orações e retirava-se para sua casa para ler as revistas de moda. A jovem era esperta e um tanto quanto despojada para os costumes da época. Isto deixava Mario, o seu pai, já idoso, extremamente zangado. A jovem, com beleza estonteante, encantava os rapazes da cidade e era cobiçada nas festas que a família frequentava. No entanto, Mario achava isto inoportuno, pois possuía grande medo de que a bela jovem ficasse mal falada perante a sociedade e graças a isto, o velho, mau humorado, tentava a todo custo conter os anseios da delicada garota.

No entanto, Maria, quando assistia as missas na bela Basílica da cidade, encantava-se, com o passar do tempo, com a beleza e o carisma do novo sacristão da bela igreja. Um homem era belo de cabelos negros escuros e pele bronzeada. Enquanto o belo rapaz pronunciava os textos em latim, certo dia, em uma manhã fria, enquanto via a missa, Maria pegou-se suspirando, enternecida com os encantos do jovem. E então, naquela noite fria de inverno, enquanto contorcia-se em seu quarto tremula de ansiedade, a bela jovem descobriu-se apaixonada pelo sacristão.

Enquanto os dias passavam-se, a bela jovem, aflita e apaixonada, tentava ansiosamente conter-se na frente do sacristão chamado Armando. O jovem encantava-a, e assombrava suas noites gélidas em seu quarto no casarão, trazendo estranhos pensamentos pecaminosos para a intimidade do quarto da garota. Certa tarde, Maria, não mais suportou. Decidiu declarar o seu amor ao rapaz em um acesso de loucura. Caminhou aflita até a basílica e encontrou o jovem rapaz limpando um castiçal de prata. Quando o belo rapaz encarou-a com os olhos acinzentados e profundos, a jovem ansiosa, sentiu as pernas perderem as forças. Mas estava decidida a contar-lhe sobre seus sentimentos e descobrir se era de alguma forma correspondida.

Segundo a lenda Maria e Armando viveram um romance, ao passo que Maria acabou ficando grávida do jovem sacristão. Assim que soube da gravides de Maria, Armando prometeu a ela que largaria a batina e conversaria com o pai da moça, pedindo a ele permissão para casar-se com ela.

Os dias foram passando e Armando não veio falar com o sr. Mario. Ao procurar o padre Maria acabou descobrindo que ele havia fugido da cidade.

Assustada e infeliz, Maria contou ao pai sobre o bebê com o padre. O homem furioso, expulsou-a de casa, forçando a jovem passou a viver nas ruas com o pouco dinheiro que seu primo mandava-lhe para sobreviver. Com o tempo Maria foi ficando fraca por conta da fome. A barriga estava grande e o corpo terrivelmente dolorido. Nas ruas Maria era desprezada e mal falada pelas pessoas. O primo, um rapaz bom e caridoso, ofereceu-se pedi-la em casamento para salvar-lhe a honra. Mas a jovem não aceitou relutante por ainda amar ao padre desaparecido.

Maria morreu nas ruas. E seu espírito foi condenado a vagar pela terra como castigo por seu amor pecaminoso. Há quem diz, que no cemitério, onde foi enterrada, nas noite frias de inverno, Maria vaga, chorando por seu filho, que nunca teve oportunidade de nascer.


O Mistério

Ainda permanece o mistério sobre as aparições da pobre Maria no cemitério de Paquetá. Muitas pessoas afirmam tê-la visto de luto a abrir os portões do cemitério e a caminhar pelas ruas da cidade chorando pela morte de seu filho. Muitos são céticos e acreditam piamente que não há a possibilidade da existência de espíritos ou fenômenos sobrenaturais. Mas ainda existem pessoas que tem dúvida repassam até os dias de hoje, a vida de Maria Cerejeiro e sua assustadora História Sombria.



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