A maldição do diamante de Hope

em 01/12/2014


Os diamantes já foram temas de inúmeros filmes, livros, documentários, e são um dos objetos mais valiosos do mundo, não apenas pelo seu alto custo agregado, mas também por seu valor histórico. Os diamantes, além de ser objetos valiosos financeiramente, muitas culturas acreditavam que possuíam poderes.

Na Idade Média, as pessoas acreditavam que o diamante possuía o poder de reatar casamentos desfeitos (hoje em dia, ele pode atar casamentos de maneira prática, mas isso agora não vem ao caso), e ainda na Idade Média era usado em batalhas como símbolo de coragem.

Nome originado do grego “adamas” significa “inconquistável, indomável” devido a sua rigidez e dureza. No Brasil, os primeiros diamantes foram encontrados na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, em 1725, e durante cerca de um século, o Brasil dominou a produção mundial de diamantes, elevando ao máximo a sua exploração, extração e comercialização.

Existem inúmeros diamantes famosos ao longo da História, um deles é o Hope, um diamante que não proporcionou muita sorte nas mãos dos donos pelos quais passou. Se há ou não uma maldição sobre o Hope, não há como afirmar, mas a própria História mostra o quão infelizes foram às pessoas que possuíam esse diamante.

O diamante Hope

O diamante Hope é uma pedra preciosa azul, famosa pela sua história atribulada e pela suposta maldição que carrega.


É um diamante de grandes dimensões (25.6 x 21.78 x 12 mm), com 45.52 quilates, exposto, atualmente, no Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington, DC,Estados Unidos.

A cor azul é uma ilusão óptica, causada pela presença de traços de boro na estrutura cristalina do diamante. O diamante Hope exibe fosforescência vermelha no espectro ultravioleta e é classificado como um diamante do tipo IIb.

História do diamante

O primeiro registo histórico do diamante Hope surge por volta de 1660, quando o mercador francês Jean-Baptiste Tavernier o adquiriu durante as suas viagens na Índia. A pedra tinha então cerca de 112 quilates e estava lapidada em forma de triângulo. O diamante é originário da mina de Kollur e, de acordo com a lenda, foi roubado de um templo hindu dedicado à deusa Sita, onde estava encastrado numa estátua, representando um dos olhos da divindade.

Baptiste Tavernier
Em 1668, Tavernier vendeu o diamante ao rei Luís XIV de França. A pedra foi entregue ao joalheiro da corte, Sieur Pitau, que a cortou e lapidou de acordo com o gosto da corte francesa. O diamante passou a pesar cerca de 67 quilates e ficou conhecido como o Diamante Azul da Coroa. Luís XIV costumava usá-lo ao pescoço em ocasiões solenes, suspenso numa fita e encastrado em ouro. O seu bisneto, Luís XV, readaptou a pedra para fazer parte do seu pendente da Ordem do Tosão de Ouro. Mais tarde, Luís XVI ofereceu a pedra a Maria Antonieta, por ocasião do seu casamento. Durante a Revolução Francesa, já com o rei e a rainha na prisão, as jóias da coroa desapareceram num roubo efetuado a 11 de Setembro de 1792. O diamante azul desapareceu também, e o seu paradeiro é incerto nos anos seguintes.

Em 1812, o diamante reaparece na posse de Daniel Eliason, um mercador de jóias londrino. A identidade da pedra foi disputada até se confirmar, em 2005, que era de fato o diamante azul francês, desaparecido durante a revolução. Apesar de se supôr habitualmente que a pedra foi adquirida pelo rei Jorge IV do Reino Unido, não há registros da compra nos arquivos da contabilidade real.

O dono seguinte do diamante foi Henry Philip Hope, que o adquiriu em 1824 para a sua coleção de pedras preciosas. Algumas fontes afirmam que quem comprou a pedra preciosa foi o irmão de Henry, Thomas Hope. A partir desta data, a pedra passa a ser conhecida como diamante Hope. O diamante foi adaptado como um pregador, usado pela cunhada de Henry Hope,  Louisa de la Poer Beresford, a viúva de seu irmão, Thomas Hope, em ocasiões sociais.

Henry Philip Hope
Após a morte de Henry em 1839, os seus sobrinhos lutaram pela herança em tribunal durante dez anos, até a coleção de gemas ser por fim concedida a Henry Thomas Hope, filho de Thomas e Louisa. O diamante passava a maior parte do tempo guardado num cofre, mas foi exibido na Great Exhibition de Londres (1851) e na Exposição Universal de Paris (1855). Em 1887 o diamante passa para Francis Hope, que seria o último membro da família Hope a ter a posse do diamante.

O diamante Hope permaneceu na posse da família até 1901, quando foi vendido a um joalheiro londrino por 29,000 libras, para pagar as dívidas deixadas por Francis Hope. Após várias mudanças de dono e cortes, que incluíram Pierre Cartier, um príncipe russo chamado Iva Kitanovski e a socialite estado-unidense Evalyn MacLean (que por vezes o pregava à coleira dos seus cães), o diamante Hope foi adquirido por Harry Winston em 1949, por uma soma desconhecida. Winston incluiu o diamante numa coleção de outras pedras preciosas famosas que exibia para fins de caridade. Em 1958, Harry Winston doou o diamante ao Instituto Smithsonian.

Edward Beale McLean e Evalyn Walsh McLean

A lenda da maldição

Quando os nativos indianos descobriram o roubo, eles teriam colocado uma maldição sobre aqueles que por ventura obtivessem a pedra sagrada.

O que houve, segundo a lenda, é uma sucessão de acontecimentos trágicos envolvendo o diamante. Logo depois que um guerreiro roubou a pedra preciosa, ele foi assassinado. O comerciante francês, que vendeu a pedra ao rei Luís XIV, teria falido e contraído uma grave doença que o matou em meio a horríveis convulsões.

O rei Luís XIV certa vez entregou a pedra a sua amante, para que ela pudesse prová-la. Quando a Madame de Monespan provou o diamante, ela também teria sido “amaldiçoada”, e algum tempo depois foi cruelmente abandonada pelo rei, morrendo sozinha e na miséria.

Anos depois, Luís XVI ofereceu a pedra como símbolo de casamento a Maria Antonieta. Durante a Revolução Francesa, os reis foram presos e decapitados.

Henry Philip Hope acabou falecendo de um mal súbito. Sua esposa, que ficou com a pedra, morreu queimada em um incêndio que houve em sua residência. Assim, o diamante Hope passou para as mãos do sobrinho da família, Henry Thomas Hope, que após sua morte deixou a pedra para Francis Hope, que em seguida faliu e foi deixado pela mulher.

Francis vendeu o diamante para um príncipe russo chamado Iva Kitanovski. Ele presenteou uma artista francesa com a joia. Resultado: a artista foi assassinada com um tiro, e o príncipe foi esfaqueado até a morte por revolucionários.

O diamante Hope passou pelas mãos de um joalheiro grego, este caiu de em penhasco, foi vendido a um sultão que algum tempo depois enlouqueceu, e depois um homem chamado Habib Bey teve a posse do diamante, mas não demorou muito e morreu afogado. A maldição parecia de fato ser devastadora. A joia foi vendida para a família Maclean. Algum tempo depois, a mãe do patriarca morreu, dois empregados da família tiveram o mesmo fim, o filho de 10 anos da família morreu atropelado por um carro, a filha se matou, e a mãe, que era uma alcoólatra, também morreu violentamente. O patriarca entrou em depressão e morreu meses depois em uma clínica.

Desde que se encontra em posse do Instituto Smithsonian, não houve nenhum incidente nem acontecimentos estranhos que pudessem ser ligados a joia. Apenas mais um detalhe deve ser mencionado: diz-se também, que a pessoa que levou o diamante até o instituto, teve a casa incendiada, perdeu a mulher e o cachorro.

Museu Smithsonian, Washington DC
10 de Novembro de 1958

A versão oficial para a suposta maldição

Verdade ou não essa lenda é bastante conhecida, principalmente nos EUA. Segundo os mais cético afirmam, a lenda da maldição do diamante Hope nasceu no início do século XX e foi criada por May Yohe, uma atriz estadunidense que fora casada com Lorde Francis Hope e que fugira para a Austrália com o amante. A vida não lhe correu bem e, de regresso aos Estados Unidos, procurou vender a história da maldição a produtores de cinema de Hollywood. A história do diamante transformou-se num filme, que incluía diversas liberdades criativas como a atribuição da morte de Marat à maldição e, possivelmente, à origem da lenda do roubo do templo Hindu. Desde então, diversos infortúnios têm sido atribuídos ao diamante, como o destino de Luís XVI e Maria Antonieta (que acabaram guilhotinados na Revolução Francesa), a suposta morte de Tavernier devorado por lobos (que de facto morreu de causas naturais), a loucura de Jorge IV ou a morte de Catarina, a Grande (que nunca possuíram o diamante).

Considerações adicionais sobre a história

Enquanto eu pesquisava sobre essa maldição, encontrei diferentes textos a respeito dessa maldição. Alguns desses textos são conflitantes principalmente em um ponto, a família Hope. A maioria dos textos encontrados no Brasil a esse respeito afirmam que Francis Hope foi o primeiro dono do diamante, dentre os membros da família Hope. Sendo que o seu sobrinho Thomas Hope acabou herdando a valiosa gema. Procurando mais sobre o assunto em sites americanos, encontrei outra versão, que é a versão que utilizo no texto acima, onde Henry Hope adquiriu ou ganhou a pedra de seu irmão Thomas e a deixou para o sobrinho Henry Thomas Hope.

Para essa parte da lenda me vali da versão dos sites estadunidenses por um simples motivo: a ordem cronológica. Henry Hope nasceu em 1774 e morreu em 1839, seu irmão Thomas nasceu em 1769 e morreu em 1831. Henry Thomas Hope, que era filho de Thomas Hope, nasceu em 1808 e faleceu em 1862. Portanto a ordem cronológica dos nascimentos e mortes acabam coincidindo mais facilmente com a versão norte americana para a lenda. (fonte norte-americana para esse texto).

Fontes: Curioso e Wikipédia

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