Dinheiro fantasma, o dinheiro dos mortos

em 07/04/2013


Se há de fato vida após a morte, os chineses e vietnamitas devem ser as pessoas mais ricas lá. Isso porque seus parentes vivos se certificam que estão bem providos, jogando dinheiro em chamas. Bem, não o dinheiro real, apenas notas falsas. Este dinheiro falso é comumente conhecido como o dinheiro fantasma, "pinyin" (literalmente "sombra" ou "dinheiro escuro") em chinês.

O dinheiro fantasma, junto com outros itens de papel machê (coisas geralmente caras), são queimadas como parte da tradição chinesa para venerar o falecido, e também em funerais, para se certificar se que os espíritos tenham abundância de coisas boas no vida após a morte.

Tradicionalmente, o dinheiro fantasma é feito a partir de papel de bambu grosso ou papel de arroz, que é cortado em quadrados ou retângulos e tem um fino pedaço de folha quadrada colado no centro. Às vezes, até mesmo tem um selo de tinta chinesa tradicional vermelho, dependendo da região em particular. O papel é geralmente de cor branca (simbolizando o luto) e a folha é prateada ou dourada (representando riqueza), daí o nome, dinheiro fantasma.

Os três tipos de dinheiro fantasma são de cobre (para os espíritos recém-falecidos e espíritos do desconhecido), ouro (para o falecido e deuses superiores) e prata (para os espíritos ancestrais e divindades locais). Às vezes, o dinheiro fantasma é totalmente em ouro, gravada com torres ou lingotes.


A queima deste papel não é feita casualmente, mas com uma certa reverência, colocado respeitosamente em um pacote solto. Alguns outros costumes envolvem dobrar cada folha de uma forma específica antes de queimar. A queima é feita principalmente em uma panela de barro ou em uma chaminé construída especificamente para este propósito.


Formas contemporâneas de dinheiro fantasma são bastante diferentes, se parecem mais com o dinheiro dos tempos atuais. Variedades ocidentalizadas incluem cópias de cédulas correntes (yuan chinês, bath tailandês, dong do Vietnã, ou mesmo o dólar dos EUA), cheques e cartões de crédito de papel. Algumas pessoas extrapolam oferecendo até mesmo casas de papel machê, carros, banheiros, funcionários, passaportes, bilhetes de avião, panelas de arroz e até televisões de tela plana. Não há luxos negados ao falecido.

As notas são especificamente voltadas para os antepassados mortos para que paguem um tributo ao Deus da Morte para uma estadia curta ou para que escapem da punição. As cópias de notas bancárias têm muitas denominações exorbitantes, que pode variar entre 10 mil e 5 bilhões dólares. Estas notas carregam uma imagem do "Banco do Inferno" na parte traseira e do Imperador de Jade na frente.


A prática de queimar dinheiro fantasma é bastante enraizada na cultura asiática. De acordo com evidências arqueológicas, a tradição remonta a 1.000 a.C. Mesmo naquela época, as imitações do que poderia ser considerado apenas dinheiro foram deixadas dentro dos túmulos. Imitações de argila de placas de ouro foram encontradas, junto com imitações de dinheiro feitos de pedra, chumbo e bronze.

Os chineses acreditam que todos aqueles que morrem, automaticamente ganham a entrada no submundo Diyu. Eles são julgados lá, antes de serem enviado para o céu, inferno, ou para a reencarnação. O inferno em si não é visto como um lugar de tortura, mas um reino mais neutro.

O dinheiro de papel é creditado para ser depositado em um banco de vida após a morte do tipo, a partir do qual os espíritos falecidos podem fazer retiradas. O ritual é derivado de uma mistura de folclore regional e taoísmo. A prática da adoração dos ancestrais é em grande parte religiosa, decorrente do fato de que os espíritos dos mortos ainda estão interessados nos assuntos mundanos. Mantê-los felizes traz bênçãos para a vida.

Outra explicação para o conceito é que os vivos estão autorizados a pedir aos espíritos para que satisfaçam seus desejos, e fiquem assim com uma dívida. Dívida está que não pode ser saldada enquanto vivo, assim que o dinheiro fantasma enviado depois da morte é usado para pagar tudo o que devem aos espíritos. Os budistas, porém, desencorajam a prática da queima de papel fantasma, dizendo que o falecido não teria interesse sobre os itens mundanos, e que também não é muito bom para o meio ambiente.






Abaixo podemos conferir um vídeo sobre o assunto:


Fonte: Metamorfose Digital.

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