As pilhas de ossos do cemitério Colon em Havana

em 25/07/2018


O Cementerio de Cristóbal Colón ou Cemitério Colon no bairro de Vedado em Havana, Cuba com 140 hectares é conhecido por seus muitos memoriais elaboradamente esculpidos. Estima-se que hoje o cemitério tenha mais de 500 grandes mausoléus, muitos construídos por Victor Citarella. A construção do cemitério ficou a cargo do arquiteto espanhol Calixto Arellano de Loira e Cardoso, que acabou se tornando o primeiro ocupante do cemitério, pois morreu antes de ver a obra concluída ou mesmo de ser inaugurado em 1876.

O cemitério foi nomeado em homenagem a Cristóvão Colombo e desde a sua inauguração, mais de um milhão de pessoas foram enterradas, se tornando um dos mais importantes cemitérios históricos do mundo. No passado, muito antes da abertura do cemitério, Havana não possuía um lugar oficial para enterrar seus mortos, que acabavam sendo enterrados nas criptas das catacumbas das igrejas locais. Em 1806, o Cemitério de Espada, foi o primeiro cemitério aberto em Havana, em resposta à crescente população e à resultante escassez de terras da igreja que poderiam ser usadas para enterros.

Durante todo o início até meados do século 19, as epidemias de cólera se espalharam com frequência por todo o mundo, da Ásia à Europa e América, além do leste à China e ao Japão, causando milhões de mortes. Cemitérios em todo o mundo foram inundados com cadáveres, e o cemitério de Espada também começou a sentir a pressão da superlotação. Quando os surtos de cólera se intensificaram em 1868, os moradores de Havana perceberam que precisariam de um cemitério maior. Menos de uma década depois o cemitério Colon foi aberto, e o antigo Espada fechado. Mas o alívio da superlotação que o novo cemitério trouxe foi de curta duração.


No final do século 19 e no início do século 20, o preço de um túmulo no cemitério era de dez dólares por cinco anos. Se após esse período, a família do falecido não pagasse pelos restos mortais pelos próximos cinco anos, os esqueletos seriam desenterrados e seus ossos empilhados em uma grande pilha em um canto do cemitério.

Essa política de “pagar ou ser desenterrado” era prática comum em todos os cemitérios lotados da Europa, mas em grande parte desconhecida dos soldados americanos que estavam estacionados em Cuba durante a Guerra Hispano-Americana em 1898. Nos Estados Unidos, devido à ampla área disponível, os americanos enterravam seus mortos para sempre.

A pilha de ossos se tornou uma atração turística mórbida entre os soldados americanos, que pousavam para fotografias em cima das pilhas e segurando o crânio e outros ossos. Essas imagens eram enviados a suas namoradas e esposas, mas também viraram cartões postais e vendidas comercialmente. Alguns soldados acabavam levando os ossos como lembrança e desfilavam pelas ruas, exibindo-os. Em resposta a esse comportamento desrespeitoso, o comandante militar americano General Brooke ordenou aos soldados que parassem de roubar crânios e fêmures do cemitério e ordenou que a pilha de restos humanos fosse coberta. Em 1900, o cemitério tinha sido protegido de supostos saqueadores.


O cemitério Colon, com mais de 800.000 túmulos ainda mantêm a política de desenterrar restos humanos para otimizar espaços. Se após três anos (diminuiu o tempo), não for pagos os próximos três anos, os ossos são desenterrados e colocados em caixas e armazenados num depósito – fora das vistas dos frequentadores a espera dos familiares do falecido.





Fonte: Magnus Mundi

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