As árvores nativas do trópico que se inclinam quando crescem em outras latitudes

em 08/06/2017


Os pinheiros de Cook (Araucaria columnaris) são uma espécie de árvores com uma marcada tendência a crescer inclinados. Em si, isso não tem nada de raro. O estranho é que uma equipe de botânicos acaba de descobrir que seu crescimento não é aleatório. Todos se inclinam para o mesmo ponto. Eles também recebem o nome de pinheiros da Nova Caledônia, ilha no Pacífico de onde são originários.

Até 1851 elas somente existiam no arquipélago da Oceania situado na Melanésia, mas hoje podem ser vistas em qualquer jardim do mundo e foi aí quando as coisas começaram a retorcer-se... literalmente.

Tudo começou quando o botânico Matt Ritter, da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, percebeu que os pinheiros de Cook que crescem na Califórnia e Havaí o fazem inclinando para o sul. Intrigado pela questão, Ritter começou a entrar em contato com outros colegas botânicos para perguntar para onde se inclinam esses pinheiros em outras cidades do mundo.

Depois de reunir a orientação de 256 destas árvores em 18 regiões diferentes dos cinco continentes, Ritter e seus colegas chegaram a uma conclusão surpreendente: os pinheiros de Cook (que por verdadeiro nem sequer são pinheiros, senão araucárias -uma árvore aparentada com as coníferas que praticamente é um fóssil vivente- se inclinam para o equador de onde são originários.


Mais: não só é que no hemisfério sul se inclinem para o norte, e no norte o façam para o sul. O mais curioso é que quanto mais longe estão do equador, mais pronunciada é o desvio de seus troncos. O estudo excluiu qualquer exemplar do qual pudessem suspeitar que seu crescimento se viu influenciado por fatores externos. Todas são árvores saudáveis que cresceram livremente. A norma é válida para 91% das árvores, com um grau de inclinação médio de mais de 8 graus.

A questão é que os botânicos não fazem a mínima ideia de como as árvores fazem para conhecer sua localização sobre o planeta, nem por que se inclinam para seu lar junto à linha do equador.

O estudo, recém publicado na revista Ecology, especula com a possibilidade de que a Araucária tenha algum traço genético que as permita sentir o campo magnético terrestre, as diferenças na gravidade, ou simplesmente os ângulos de exposição à luz solar. Até que a espécie não seja estudada mais a fundo ninguém terá uma explicação clara a respeito. Enquanto isso os pinheiros de Cook seguirão rendendo esta estranha homenagem à ilha de onde procedem.


Fonte: MDig

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