Corpos são encontrados na casa de possível Serial Killer em São Paulo

em 29/09/2015


Um homem foi preso no dia 25-09-15, acusado de ter matado um jovem de 21 anos no bairro do Jabaquara, zona sul de São Paulo. O pintor Jorge Luiz Morais de Oliveira, de 41 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça. O corpo de Carlos Neto Alves de Matos Júnior estava enterrado em um dos cômodos da residência do pintor, na Rua Professor Emydio de Fonseca Telles, e foi encontrado por policiais militares. Oliveira confessou o crime, que ocorreu na noite de quarta-feira, 23-09. Só que no decorrer das investigações outros três corpos acabaram sendo encontrados no local, o que levou a polícia a cogitar que Jorge seja um serial killer.


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A casa dos horrores

Na casa, havia manchas de sangue, além de uma faca e um soco inglês. No local, foram encontrados ainda três cadáveres e ossadas de um corpo humano. Os policiais foram informados do ocorrido por meio do Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM) e, no local, localizaram o corpo enterrado. A mãe do acusado informou aos policiais ter visto o filho e o jovem entrarem juntos no imóvel na noite de quarta-feira. Segundo ela, por morar na frente da casa do filho, ouviu alguns barulhos.

Carlos Neto Alves de Matos Júnior
Na manhã de quinta-feira, Oliveira saiu da residência e não voltou mais. A pedido dos policiais, a mãe e a irmã do acusado ligaram para ele a fim de saber o que tinha acontecido. O pintor confessou ser responsável pela morte do jovem e se entregou à polícia.

Por estar com ferimentos no braço e na perna direita, antes de ser levado à delegacia, ele foi encaminhado ao hospital São Paulo, na zona sul, onde foi medicado e liberado. Em depoimento, Oliveira disse que o jovem havia entrado na sua casa com uma faca na mão e em companhia de outro homem. Segundo o boletim de ocorrência, o pintor informou que os dois começaram a discutir e Júnior o esfaqueou no braço. Oliveira teria então conseguido tomar a faca do jovem e começou a golpeá-lo. Ainda de acordo com o acusado, o comparsa fugiu no momento em que teve início a briga.

Jorge Luiz Morais de Oliveira
Ao perceber que a vítima estava morta, o pintor disse que se desesperou, decidiu enterrar o corpo e fugir. Foi solicitada a perícia na residência do acusado e a polícia descobriu as ossadas de um corpo humano, além de três cadáveres. A polícia solicitou ainda os exames ao Instituto Médico Legal (IML). Todo o material encontrado na residência do pintor foi apreendido. O caso foi registrado no. 35° Distrito Policial (Jabaquara) e as informações complementares foram colhidas no 16°DP (Vila Clementino). Ao todo, foram quatro B.O.s.


"Um Serial Killer homofóbico"

Segundo os vizinhos, que não quiseram se identificar, Júnior morava na região, era surdo mudo e homossexual. Na vizinhança, Jorge já passou a ser considerado um "serial killer homofóbico". A polícia não confirma se essa hipótese está sendo investigada.

Os moradores da região desconfiam de motivação homofóbica porque o pintor não disfarçava a raiva que sentia por homossexuais. "Ele vivia falando de gays, que não gostava de gays, que odiava. Mas ele conversava com todo mundo, brincava. Não parecia ser esse monstro que é", disse uma vizinha.


"Ele matou a Paloma, que era sapatona, a Carioca, também sapatona, e agora o Mudinho (Júnior), que era gay", afirmou outra vizinha. Segundo ela, as vítimas Paloma e 'Carioca' também são conhecidas da região e estavam desaparecidas há pelo menos sete meses.

Uma moradora contou que na quinta-feira passada, manhã seguinte ao crime, cruzou com Jorge na rua e ele estava mancando. Ao perguntar por que mancava, o pintor teria levado o dedo indicador à boca, pedindo que ela ficasse quieta. Os vizinhos relataram ainda que a família do pintor, que residia no mesmo terreno, mas em casas diferentes, precisou sair de casa escoltada pela polícia, pois os moradores acusaram a mãe de ser cúmplice dos crimes.

Familiares de desaparecida acham mais restos mortais na casa de pintor

Familiares de uma mulher desaparecida encontraram, por conta própria, no dia 28-09, novos restos mortais na casa do pintor Jorge Luiz Morais de Oliveira. Na residência, a polícia já havia recolhido o cadáver e ossadas de pelo menos quatro pessoas diferentes.

O local do crime, que fica em uma favela na região do Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, já estava liberado pela polícia nesta segunda após a conclusão do trabalho da perícia. Os peritos, no entanto, não haviam recolhido os vestígios encontrados pela mãe e pela companheira da desaparecida.

A estudante Renata Christiana Pedrosa, de 33 anos, desapareceu em janeiro deste ano. Ela, que é homossexual, morava com uma companheira em um apartamento também na região do Jabaquara. Usuária de drogas, costumava comprar entorpecentes para consumo próprio na favela onde o pintor vivia. Os dois, no entanto, não se conheciam, garante a família.

Renata Christiana Pedrosa
Desde o sumiço da filha, Maria de Fátima Pedrosa começou o que classificou como "trabalho de detetive" ao lado da nora. Juntas, elas deram início a uma busca em paralelo às ações da polícia. Como o último registro do GPS do celular de Renata apontava para a região da favela, elas decidiram concentrar os esforços na área.

Companheira e mãe de Renata entraram na casa do pintor em busca da filha
A mãe conta que chegou até a encontrar com Jorge Luiz em um dos muitos dias de busca. Na oportunidade, perguntou pela filha e mostrou até uma foto ao pintor, que negou já tê-la visto por ali. Moradora do Rio de Janeiro, Maria de Fátima diz que está "fazendo plantão" em São Paulo desde o começo do ano. Quando ficou sabendo do caso pela TV, não teve dúvidas: foi novamente ao local.

Cansada de esperar pelo trabalho da polícia que, segundo ela, afirmava que Renata estava viciada em crack e morando na rua, na manhã do dia 28, ela e a nora compraram uma pá e decidiram entrar na casa do pintor para ver se encontravam alguma pista ou pertence da estudante.

Utilizando a ferramenta e também as próprias mãos, elas cavaram e vasculharam a residência até encontrar objetos, como calcinha e meias, e também restos mortais. Nenhum dos itens, no entanto, foi reconhecido pelos familiares como de Renata.

"Só vou acreditar [que a filha está entre as vítimas] se eu vir alguma coisa dela, ou o DNA, que ainda vai ser feito. Se eu vir o celular ou alguma joia que ela estava... Qualquer coisa assim. Até que me provem o contrário. O que escavamos foi pele, ossos de algum tempo. Nada que provasse que minha filha estava ali", afirmou Maria de Fátima.

Delegada isenta peritos

A delegada Nilze Scapulatiello, titular do 35º Distrito Policial, fez questão de isentar de culpa os peritos - a quem classificou como "eficientíssimos" - por não terem encontrado ou recolhido os vestígios desenterrados pelos familiares de Renata.

"Não é que a perícia não tenha encontrado. No momento, não foi detectado. Você olha lá, pode ser um pedacinho de algodão e que não tem identificação, não tem ninguém na hora dizendo 'isso aqui é da minha filha'. Agora, não. Agora as pessoas estão nos procurando", explicou ela.

Ainda segundo Scapulatiello, as equipes responsáveis "fizeram todo o trabalho de investigação, perícia para o local, tudo que foi possível fazer num fim de semana chuvoso e sem nenhuma informação". Um novo trabalho de perícia foi solicitado nesta segunda-feira. O local, agora, está sendo preservado pela Polícia Militar.

Perguntada se houve falha da perícia, Scapulatiello foi direta: "Não falhou. Ninguém falha. As coisas tem que ser complementadas com as notícias que você vai recebendo", completou.


Jorge Confessa ter assassinado 6 pessoas

Jorge Luiz Morais de Oliveira confessou em depoimento à polícia, no dia 29-09, que matou seis pessoas desde o começo deste ano – cinco mulheres e um homem, segundo o delegado seccional Jorge Carrasco. A Polícia Civil disse, no entanto, que o homem vai responder por sete homicídios, que é o total de corpos e ossadas encontrados no imóvel.


Na tarde do dia 29 foram feitas novas buscas no imóvel e mais corpos foram encontrados, totalizando sete vítimas. A polícia também encontrou fotos de seis pessoas na casa e vai investigar se elas estão desaparecidas.

Durante depoimento no 16º Distrito Policial, na Vila Clementino, Oliveira confessou ter assassinado cinco mulheres e um homem, que é o vizinho Carlos Júnior, segundo a polícia. O pintor disse em depoimento que as mortes aconteceram dentro do imóvel e as vítimas eram mulheres que compartilhavam drogas com ele.

Ele nega ter mantido relação sexual com as vítimas. O pintor também afirmou que a motivação para os crimes é que ele "fazia oposição à facção que está nos presídios e temia que as vítimas revelassem isso na região e, por isso, as estrangulou."

O homem diz que matou Carlos Júnior em legítima defesa. O suspeito disse que Júnior entrou em sua casa com uma faca na mão na companhia de outro rapaz. Segundo ele, após uma discussão, a vítima o esfaqueou no braço, ele conseguiu tomar a faca de Júnior e começou a golpeá-lo. O rapaz que estava com o jovem teria fugido durante a briga.

A polícia diz que as buscas na casa não têm prazo para terminar. Também existe a possibilidade de haver mais de sete vítimas entre as ossadas já localizadas.

Restos mortais encontrados

Segundo a delegada Nilze Scapulatiello, do 35º Distrito Policial, roupas, calçados e ossos foram recolhidos da casa e levam à polícia a acreditar que pessoas tenham sido mortas e enterradas na casa do pintor.

"Tem homem, tem mulher, tem roupa de criança. Eu peguei todas as pessoas desaparecidas que eu tenho registro na área, pra informar, chamar parentes, reconhecer roupa, algum detalhes que não é para nós, tem vários sapatos, sandálias, mas a família pode reconhecer", disse.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi à casa do pintor na manhã da terça-feira (29) para avaliar se novas escavações para buscas de outros restos mortais serão feitas. A polícia também encontrou fotos de seis pessoas na casa do pintor e vai investigar se elas estão desparecidas.

Um morador da favela, que pediu para não ser identificado, afirmou que o suspeito costumava beber em um bar da região e que ele não fazia questão de esconder o desprezo que tinha por homossexuais e usuários de droga. "Ele ficava direto no bar com a gente. Ele sempre falava que tinha raiva de gay e de nóia, mas nunca imaginei que seria capaz de uma coisa dessas".

Vítimas

Oliveira reconheceu por foto Paloma Aparecida dos Santos, de 21 anos, segundo a polícia. Os familiares dela identificaram um celular da jovem encontrado na casa do pintor de paredes. Oliveira também disse que estão entre as vítimas uma mulher chamada Natasha e uma conhecida como “Baianinha”. A polícia informou, no entanto, que só poderá confirmar a identidade dos corpos quando os exames de DNA estiverem prontos.

“Não dá para a gente ficar mostrando fotos de vítimas e desaparecidos e perguntar se ele matou, ou não. A gente vai ter que provar isso na investigação”, disse o delegado Jorge Carrasco. Segundo ele, na região do 35º Distrito Policial, o mais próximo da Favela Alba, onde o pintor morava, há 30 pessoas desaparecidas. A polícia irá fazer a investigação das vítimas com base nas informações sobre esses desaparecidos.


Mais cedo, o advogado de Oliveira, André Nino, havia dito que o pintor alegou que agia sob efeito de drogas e que está "arrependido dos crimes". Segundo o advogado, Oliveira afirmou não se lembrar dos nomes ou de outras informações das mulheres mortas.


O advogado disse que "se trata de uma pessoa que está consumida pela droga". Ele informou que ainda não definiu a linha de defesa. Segundo o advogado, o pintor negou em depoimento que a motivação dos assassinatos em série seja homofobia – Carlos Júnior e outras possíveis vítimas eram homossexuais.

A ficha criminal do Assassino

Além dos casos revelados nesta semana, o pintor tem longa ficha criminal. Ele ficou preso 17 anos e 9 meses por dois homicídios em 1994 e 1995, se envolveu em rebelião de presos, e também respondeu criminalmente por sequestro, cárcere privado e formação de quadrilha. Ele deixou a cadeia em 7 de novembro de 2013.


Polícia investiga 30 desaparecimentos em busca de vítimas de pintor em SP

O delegado da 2ª Seccional - Sul, Jorge Carrasco, disse que vai investigar se o pintor de paredes Jorge Luiz Morais de Oliveira, de 41 anos, tem alguma relação com o desaparecimento de 30 pessoas na região do 35º Distrito Policial, que compreende à região de Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, perto da casa onde o suspeito morava.

"Temos uma relação de pessoas desaparecidas na área da circunscrição do 35º DP e em alguns desses casos temos evidências de que possivelmente tenham sido mortas por esse indivíduo. Ele disse em depoimento que matava desde janeiro deste ano", disse Carrasco.

Sobre a possibilidade de Oliveira ter recebido ajuda para matar e ocultar os corpos das vítimas, o delegado informou que o pintor "disse que agiu sozinho, mas a polícia vai investigar se tudo o que ele disse no interrogatório é verdade."

O seccional explicou que deve fazer exames de DNA para identificar os corpos e ossadas encontradas na casa do pintor. "O trabalho de identificação dos corpos segue. Dependemos de laudos técnicos e periciais. Temos ossos, crânios e tudo será identificado", disse Carrasco.

Agradecimentos ao amigo Alex Lopes de Souza pela dica e a amiga Elaine Lenhagui (@lenhagui) pelas atualizações a respeito do caso.

Fontes: G1, Estadão e R7

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6 comentários:

  1. É triste ver como trabalha a policia brasileira. Eles cogitam que o assassino confesso é um “serial killer”. Não tem que cogitar, ele é um “serial killer” sim! Como muitos outros que temos presos e que a policia faz a gentileza de não expô-los a este título. Um grande exemplo são os traficantes que para manter suas vendas sem interferência de concorrência e sem calotes matam dezenas e até centenas de pessoas. Porém só vão presos com o título de traficante.

    A delegada logicamente que irá ter uma atitude de corporativismo e dizer que a pericia não cometeu erros. Como não? Se a pessoa é perita não acha nada e chega uma pessoa que não tem a mínima noção e acha, a pericia não errou? Já fica totalmente feio para a policia uma pessoa civil sem o mínimo de treinamento investigar e chegar próximo ao local do crime antes da policia.

    E ‘fobia’ é medo! Sendo assim, homofobia é medo das pessoas homossexuais e não preconceito. Não entendo o do pq nossos inúteis políticos com a ajuda da mais ainda inútil mídia brasileira insistem neste medonho erro.

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    1. A polícia não admite a existência de serial killer para evitar cobranças...pois como tantos crimes aconteceram sem terem sido devidamente investigados? Pelo menos é a impressão que fica...

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  2. Eu li todos casos de serials aqui e não conseguia imaginar isso acontecendo hoje em dia. Está ai a prova que esse tipo de loucura sempre existirá! Muito triste.

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  3. Acabei de ler que o agora "Monstro da Alba" já havia ficado preso 20 anos por 02 homicídios. Se nossas Leis não fossem frouxas, ele ainda estaria cumprindo pena e pelo menos 08 pessoas estariam vivendo.

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