A terrível peste Bubônica

em 12/02/2015


Abaixo vocês poderão acompanhar um texto que fala de uma doença que afligiu a Europa durante a idade média e que matou cerca de 1/3 da população da época. Hoje falaremos da Peste Bubônica, ou peste negra, como a doença também se tornou conhecida.

Muitos pesquisadores e pessoas que procuram as possíveis causas para a possível extinção da raça humana apontam que pandemias são uma das causas mais prováveis. Esses grupos usam a epidemia de peste negra, assim como a gripe espanhola (clique AQUI para ler sobre ela), como argumento para justificar suas afirmações. Abaixo os amigos e amigas poderão conhecer um pouco mais sobre esse terrível assunto.

A peste bubônica foi uma epidemia que, vinda da China em navios mercantes, entre 1347 e 1350, rapidamente se espalhou para diversos países com consequências desastrosas, causando a morte de entre 75 a 200 milhões de pessoas, o que correspondia a aproximadamente 1/3 da população Europeia.


A peste não escolhia vítimas, morriam mulheres, crianças, nobres, clérigos e camponeses. Durante este período a produção agrícola e industrial diminui muito, houve escassez de alimentos e de bens de consumo. Os efetivos militares diminuíram, a nobreza empobreceu e ocorreu a ascensão da burguesia, que detinha a exploração do comércio. Todos estes fatores provocaram grandes mudanças sociais. Devido à ignorância das pessoas naquela época, cogitava-se a possibilidade da peste ser um castigo de Deus.

Causa e propagação da doença

O causador da peste negra foi um bacilo chamado Yersinia pestis (descoberto posteriormente no final do século XIX) presente em roedores tais como ratos e suas pulgas (Xenopsilla cheopis). Estes foram os responsáveis pelo contágio de seres humanos. A peste era extremamente agressiva chegando a matar em três dias.

Yersinia pestis vista em uma ampliação de 200x.
Havia três formas da peste se manifestar:
  • Peste bubônica - a mais comum, que se caracterizava pela inflamação dos gânglios linfáticos do pescoço, virilhas e axilas;
  • Pneumônica - atacava os pulmões;
  • Septicêmica - atacava o sangue, ocasionando hemorragias em diversas partes do corpo.

Progressão da doença

A doença alastrava-se facilmente entre as pessoas através de espirros e tosse com pus e sangue. O aspecto dos doentes era horrível, os tumores secretavam sangue e pus, a urina, o suor, a saliva e o escarro apresentavam aspecto escurecido (daí o nome peste negra). Há relatos de que as pessoas acometidas pela peste fediam muito. Entre os sintomas é importante ressaltar a febre alta e dores fortíssimas.

O sintoma mais conhecido da peste bubônica é uma infecção das glândulas linfáticas as quais se tornam inchadas e dolorosas. São conhecidas como bubões. Depois da transmissão pela mordida de uma pulga infectada. A Yersinia pestis se instala em um nódulo linfático inflamado onde começa sua colonização e reprodução. Os bubões associados com a peste bubônica são mais comummente encontrados nas axilas, virilhas e regiões do pescoço. A gangrena periférica (ex.: dedos das mãos e pés, lábios e nariz) também é um outro sintoma.


Devido à forma de infecção através da mordida da pulga do rato, a peste bubônica é a primeira causa de uma série progressiva de doenças. Os sintomas da doença aparecem repentinamente, geralmente de dois a cinco dias após a exposição à bactéria. Os sintomas são:
  • Gangrena periférica ( falecimento das extremidades do corpo, tais como dedos, nariz e lábios);
  • Calafrios;
  • Mal-estar em geral;
  • Febre alta (39°C);
  • Dores musculares;
  • Convulsões;
  • Inchaço das glândulas linfáticas acompanhado de dores locais nas axilas, virilhas, pescoço e região da mordida da pulga. As dores podem aparecer mesmo antes do inchaço;
  • Alteração da cor da pele para um tom rosado;


Outros sintomas incluem: dificuldade respiratória, vômito contínuo de sangue, dores nos membros superiores e inferiores e tosse. As dores são geralmente devido à decomposição da pele enquanto a pessoa ainda está viva. Cansaço extremo, problemas gastro intestinais, manchas escuras pelo corpo, delírio e coma podem também ser sintomas da doença.

A bactéria entra por pequenas quebras invisíveis da integridade da pele. Daí espalha-se para os gânglios linfáticos, onde se multiplica.

Máscaras usadas pelos médicos da época

Após no máximo sete dias, em 90% dos casos surge febre alta, mal estar e os bubos, que são protuberâncias azuladas na pele. São na verdade apenas gânglios linfáticos hemorrágicos e inchados devido à infecção. A cor azul-esverdeada advém da degeneração da hemoglobina. O surgimento dos bubos, ou bubões, corresponde a uma taxa média de sobrevivência que pode ser tão baixa como 25% se não for tratada. As bactérias invadem então a corrente sanguínea, onde se multiplicam causando peste septicêmica.


A peste septicêmica caracteriza-se pelas hemorragias em vários órgãos. As hemorragias para a pele formam manchas escuras, de onde vem o nome de peste negra. Do sangue podem invadir qualquer órgão, sendo comum a infecção do pulmão.

A peste pneumônica pode ser um desenvolvimento da peste bubônica ou uma inalação direta de gotas infecciosas expelidas por outro doente. Há tosse com expectoração sanguinolenta e purulenta altamente infecciosa. A peste inalada tem menor período de incubação (2-3 dias) e é logo de início pulmonar, sem bubos. Após surgimento dos sintomas pulmonares a peste não tratada é mortal em 100% dos casos.

Mesmo se tratada com antibióticos, exceto se na fase inicial, a peste tem ainda uma mortalidade de 15%.

A epidemia

Ocorreram diversas epidemias de peste bubônica ao longo da história.


Pela não existência de "defesas orgânicas", ou seja, de se ter um organismo resistente e/ou "vacinado" (conforme a terminologia utilizada no mar pelas antigas companhias de navegação marítimas), o aparecimento do chamado "bubão" era certeza de morte da pessoa enferma. O capelão de bordo dos navios costumava administrar a Extrema Unção nos enfermos. Porém, algumas vezes o paciente milagrosamente se recuperava, segundo os diários de bordo das companhias anglo-brasileiras que operavam no Brasil e em Portugal.

A peste foi uma epidemia extremamente mortífera na Europa, China, Oriente Médio, Ásia e África durante várias épocas, principalmente durante a baixa Idade Média. A última epidemia significativa ocorreu no fim do século XIX, na China e Índia, mas ainda hoje se registram casos em vários países, principalmente naqueles em que há populações de roedores selvagens infectados. Há cerca de 2000 casos por ano em todo o mundo.

Há hoje populações de roedores com peste endêmica no ocidente dos Estados Unidos, sopé dos Himalaia, planícies da Eurásia setentrional (Mongólia, Manchúria na China, Ucrânia), região dos grandes lagos na África oriental e algumas regiões do Brasil e dos Andes. A transmissão da peste é rara e devida a contacto direto com os animais infectados e não através de pulgas.

A amarelo: países com casos de peste; a vermelho, países com comunidades de roedores selvagens infectados com peste

Cura

Na Idade Média, como não havia cura, as pessoas usavam vinagre pra tentar se defender, tendo em vista que tanto os ratos quanto as pulgas evitam seu cheiro. O número de mortos era tão grande que eram abertas enormes valas comuns. Com a descoberta dos antibióticos a doença antes tida como mortal, atualmente é facilmente controlada. São usados neste caso estreptomicina, tetraciclinas, clorafenicol, gentamicina e doxiciclina.

Fontes: Brasil Escola e Wikipédia 

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2 comentários:

  1. Recentemente saiu a matéria no Yahoo sobre um surto grande em Madagascar de peste negra. A doença nunca foi erradicada no planeta e sim controlada com planejamento de saneamento básico e controle de ratos e outras pragas. Mas como muitos países não fizeram e não fazem o mesmo, a doença continua.

    Mas o pior é quando vem a matéria e surgem os grupos religiosos citar o Apocalipse. A cada doença nova, lá aparecem eles.

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    Respostas
    1. Enquanto eu pesquisava material para essa postagem, encontrei um texto do Drauzio Varella (http://drauziovarella.com.br/drauzio/a-peste-negra/), no qual ele fala que a bactéria Yersinia pestis que causou a pandemia a séculos atrás está extinta desde 2011, porém ela sofreu mutação. Essa mutação estaria por trás do surto em Madagascar (li também que ta rolando alguns eventos isolados em comunidades chinesas e até na África).

      Não se sabe se essa variante da bactéria original é mais mortal ou não, mas ao que parece mais uma epidemia está por vir...

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