Ex-pedreiro mexicano dissolveu 300 pessoas em ácido

em 25/08/2014


O que a princípio parecem ser apenas pedras marrons espalhadas pelo terreno de um pequeno sítio em Tijuana, no norte do México, são na verdade restos humanos cobertos por pó e areia.

Eles pertenceram a um número ainda incerto de pessoas que foram mortas durante os primeiros anos da guerra contra o narcotráfico e tiveram seus corpos dissolvidos em barris com ácido, soda cáustica e outros produtos químicos.

Eles ficaram ali, abandonamos em fossas por anos, até serem encontrados pelos familiares das vítimas, que mesmo assim seguem sem ter a confirmação da morte de seus entes queridos porque o que restou deles não permite realizar exames de DNA.

O autor de tal barbaridade é o ex-pedreiro Santiago Meza López, que foi preso em 2009 e confessou ter se desfeito de ao menos 300 cadáveres entregues a ele por um dos grupos que disputava o controle do narcotráfico no Estado mexicano da Baixa Califórnia, que fica próximo à fronteira com os Estados Unidos.

Trincheira

Desde 1990, Tijuana é uma das principais trincheiras da guerra entre o cartel de Sinaloa e um outro fundado pelos irmãos Arellano Félix - este último perdeu completamente sua influência na região desde então, segundo autoridades de segurança americanas.

Um dos chefes deste segundo grupo era Teodoro García Simental, conhecido como "El Teo" ou "El Tres Letras", que em 2008 deixou seu cartel para se unir aos rivais. Isso deu início a uma guerra pelo controle de uma rota de tráfico na região, em que morreram 3.000 pessoas e desapareceram outras 900.


Muitas delas acabaram dissolvidas nos barris de López, conhecido como "El Pozolero", uma referência à sopa mexicana de trigo com pedaços de porco e muito caldo chamada Pozole. Ao ver as fotos das vítimas, ele disse não reconhecer nenhuma delas.

O ex-pedreiro insiste que só recebia cadáveres - centenas deles - e que não matava as pessoas, só as dissolvia.

Fossas clandestinas

Até agora foram localizadas três fossas clandestinas, mas acredita-se que há outras ainda por serem descobertas. As autoridades mexicanas dizem que muitas das pessoas encontradas nelas foram vítimas da guerra do narcotráfico.

Fernando Ocegueda Ruelas foi uma delas. O estudante desapareceu em 2007, aos 23 anos, depois de ser levado por homens que se apresentaram como policiais.

Desde então, seu pai, Fernando Ocegueda Flores, não parou de procurá-lo. Foi ele quem encontrou os sítios onde trabalhava o "El Pozolero", depois de receber mensagens anônimas pelo endereço de email do grupo que criou, a Associação Unidos pelos Desaparecidos da Baixa Califórnia.

Num primeiro momento, Flores pensou que seu filho pudesse estar entre as vítimas dissolvidas pelo ex-pedreiro. "Mas não sei se ele está aqui nesta fossa, e não quero pensar nisso", afirma Flores.

"Parece que sim, porque é para aqui que os desaparecidos eram trazidos, mas, enquanto não tiver provas científicas disso, seguirei buscando por meu filho. Não me darei por vencido."

Obstáculos

A associação de Flores já esteve em 80 terrenos em busca de restos humanos, e ainda faltam outros 50 para serem visitados.

A descoberta da fossa do "El Pozolero" fez com que muitos familiares das vítimas vasculhassem cada metro dos terrenos dos sítios onde ele trabalhava em busca de algum sinal de seus entes queridos.

Sem ter sucesso, muitos deles desistiram, enquanto outros seguem na busca, mesmo tendo dificuldades para tratar do assunto com as autoridades.

É o caso de Maria Alicia Ochoa. Seu marido foi sequestrado em um shopping em outubro de 2006 por um grupo de homens vestidos com uniformes policiais.

Desde então, não tem notícias deles. Ao questionar as autoridades sobre o caso, ela ouviu uma resposta frequentemente dada a familiares dos desaparecidos.

"Disseram: 'Senhora, esqueça isso. Não vamos encontrar seu marido."

Fonte: UOL

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10 comentários:

  1. Se um cara sozinho escondeu 300 pessoas mortas, imaginem os outros criminosos dos carteis.

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  2. Pelo que desaparece de pessoas desses lugares, tem muito o que se cavar ainda.

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  3. A situação ta foda pelos lados do México...o Silvio tem várias postagens no Mundo Real mostrando os crimes que aconteceram nessa guerra do tráfico...é muito fodah...

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    1. Pode crer 'Adm', eu já andei dando uma olhada.
      Tinha um site também chamado 'Vídeos Tenebrosos'. Creio que vc conheça, mas não consigo acessa-lo mais. Não sei o pq! Lá tinha uns vídeos dos traficantes mexicanos matando seus inimigos.

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    2. Os Vídeos Tenebrosos era um site parceiro aqui do NS, mas ela acabou sendo derrubado...tal como aconteceu algumas vezes com o O Mundo Real...

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    3. Desculpa minha curiosidade 'Adm', mas vc saberia o do pq derrubaram o site, pois tem coisas muito piores na internet e ninguém faz nada. Também saberia dizer se tem chances dele voltar e se isso tem a ver com a censura que querem por na internet com o "Marco Civil da Internet".

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  4. Quase um genocídio, tudo pela droga e muitos querem a liberação dessa praga, acabam as disputas dos traficantes e aumentam as mortes por overdose, os alienados andando como se fossem zumbis, de uma maneira ou de outra só traz desgraça.
    Abraço!

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  5. Essa guerra pelo comando das rotas do narcotráfico mexicano é muito cruel. São vários grupos lutando e matando. Agora, se uma pessoa só matou 300 pessoas, imagina quantas não morreram nas mãos de cada membro de cada cartel mexicano?

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  6. Só 300 pessoas no ácido? isso não é nada perto das atrocidades que Pablo Escobar fazia com seus rivais e traidores, coisas como deixar seus cães com fome para que pudessem se alimentar dos homens que eram mandados para lá.

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  7. a omissão do estado permite a proliferação dos cartéis, pois muitos políticos na sua ânsia de poder mantém as forças de repressão ao tráfico inoperantes ou engessadas....estando de mãos atadas os homens de bem nada podem fazer para reprimi-los...talvez seja essa a pior praga deste século...A FALÊNCIA DAS INSTITUIÇÕES QUE DEVERIAM PROVER A ORDEM E A LEI...

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